segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Capítulo 16 - Déjà-vu

Notas do capítulo:

“Sua reação diante da minha revelação, chocou-me mais do que qualquer coisa, pensei que iria achar-me algo estranho... ou algum tipo de aberração, mas isso era minha insegurança falando. Sempre acabo deixando-o conduzir-me a tudo o que propõe, ainda estou confusa! Quero ousar! Talvez seja minha natureza submissa que esteja reagindo ao seu comando! Sinto que ele penetra em meus sentidos, confunde-me, manipula-me, energiza-me e a cada encontro de nossos corpos sinto-o cada vez mais vivo em minhas células. Nossos olhos se falam sem movermos os lábios: entendo o que ele quer e ele dá-me o que preciso. Mais do que o ápice do gozo, nossos orgasmos é o encontro de nossas almas. Onde nos reconhecemos e nos fundimos como seres cósmicos e energéticos. Hoje acredito que tudo tem um propósito e o fato de duas pessoas se encontrarem, não é mera coincidência. É o universo conspirando para o reencontro de almas. Sinto que é cada vez mais impossível tirá-lo do meu sistema. Sinto que pertenço a ele.”

Pensamento de Elise.


Tenho que admitir que fiquei surpresa com sua empolgação diante deste novo fato. E pensar no que ele estava tramando deixava-me em total apreensão com uma puta ansiedade. A verdade é que com o Antony minhas reações eram naturais. Cada frase que saia daquela maldita boca hipnotizava-me e eu seguia flutuando em direção à sua voz ou pra qualquer lugar que me indicasse. Esse era meu Antony e eu tinha uma baita sorte dele ser tão bom no que fazia, caso contrário, nem sei se teria superado meus traumas. Era hora de agradecer e entregar-me a este sentimento mágico. Sim mágico. Porque magia era o que ele sabia fazer de melhor.
            -Anty? Você está me assustando olhando assim pra mim. –estava me sentido num tipo observatório sexual.
            -Ah! Elise! São tantas as possibilidades... e eu só preciso de um SIM pra levá-la por lugares que você jamais imaginou. –seu olhar era faminto.
            -O que você propõe afinal? –a apreensão pela resposta acelerou meu coração.
            -Entregue-se pra mim! De corpo e alma! Pertença a mim. Entregue toda a sua confiança e obediência a mim. Eleja-me como seu Senhor e Dono. Ame-me como único e sirva-me como se disso dependesse sua vida. Seu único propósito é somente servir-me e agradar-me, para que eu possa curar sua insegurança, embalar seus medos e testar seus limites.
            Merda! Cada célula do meu corpo respondeu SIMMMMM! Eu já pertenço a ele.
            -Não entendo nada desse mundo Anty! Tenho medo de decepcioná-lo. E a constatação disso seria um inferno pra mim.
            -Você responde como submissa. Será que não vê? Sua preocupação em me decepcionar... vejo que você fará tudo pra me agradar e eu tenho certeza que não estou enganado. Aceite sua natureza e permita-me guiá-la pelo mundo.
            -Explique-me mais sobre ser sua submissa!
            -Em nosso mundo há rituais para várias coisas e você teria que assinar um contrato. Há homens e mulheres que são dominadores e submissos por natureza. Você entende essa parte não é? –assenti. –Eles só precisam encontrar seu caminho e seguir por eles.
            -Você vai dividir-me com outro Dom?
            -Não! Definitivamente não! Eu já falei uma vez que não divido o que é meu, você não se lembra?????
            -Sim é verdade você falou sim.
            -E então??? – não acredito que ele quer uma resposta agora!
            -Vai ter algum ritual, tipo, eu Sr. Antony concedo-lhe o título de minha submissa temporária. –rimos.
            -Que bom saber que você faz isso ficar engraçado, porque na verdade não é! E isso não tem nada de temporário! – ufa! Meu coração quase parou nessa hora. - A menos que você queira uma cerimônia das coleiras! Quer?
            -Eu quero o que você quiser! –respondi apenas.
            -Tá vendo? Mais uma vez você responde como uma submissa nata!
            -Eu vou ter que te chamar de SENHOR ou MESTRE ou outro nome? – no caso da dúvida.
            -Na verdade eu estava pensando num nome só, tipo, SENHOR MAGNÂNIMO MESTRE DE UNIVERSO! O que acha? –ele só pode estar brincando.
            -Quê? Você tá brincando não é? –rimos.
            -Sim Elise estou. –rimos. –Por enquanto Antony está bom.
            -E quanto a Anty? A Marianne ficou surpresa por eu te chamar assim.
            -Esqueça-a e nunca mais volte a mencioná-la quando estivermos juntos, entendeu? Você pode me chamar assim e nas nossas cenas eu irei orientá-la como deve referir-se a mim.
            -Sim... Senhor! – ele levantou a sobrancelha. –É melhor eu ir me acostumando. –riu.
            -Muito mais do que rituais, cerimônias e tratamentos usados no relacionamento d/s, está a conexão de seres que se respeitam e que confiam um no outro. Sem a sua confiança eu não sou nada e você sem a minha não há entrega. Tudo não passa de um acordo feito por nós dois e pode ser feito aqui neste exato momento.
Deus ele está pressionando-me! Vejo em seus olhos que ele deseja isso mais que tudo. Eu também quero isso. Quero viver isso com ele.
            -Sim.
            -Sim o quê Elise?
            -Eu quero ser sua submissa!
            Ele piscou atordoado, parecia não acreditar no que ouvia.
            -Tem certeza?
            -Sim.
            -Uau! Por essa eu não esperava... Então vamos fazer nossos votos agora. Escute-me primeiro e depois quero que repita comigo os seus ok? – e olhando em meus olhos, respirou fundo e começou:
“Elise, sinto-me honrado com a sua confiança e entrega, prometo guiá-la pelos caminhos da minha fantasia, protegendo-a, admirando-a e venerando o seu corpo que agora passa a ser propriedade minha, para que eu possa desfrutá-lo a hora que quiser e como quiser. Você deve a mim total atenção e a cada desobediência serás castigada conforme meu desejo. Seu prazer me pertence e os seus desejos serão meus e eu, somente eu, dirá quando e como eles serão satisfeitos. A partir desse momento és minha e ninguém, absolutamente ninguém, encostará um dedo em sua pele. Da mesma forma, estarei por você! Como amantes exclusivos um para o outro.”
            Caramba! Isso é real? Merda está acontecendo de verdade.  Antes que ele começasse a fazer meus votos e o surpreendi:
“Antony, meu Senhor, é vontade minha entregar-me aos seus desejos. Eu aceito as suas condições e respeito suas vontades, guardando os segredos do seu coração pra mim. Vou honrá-lo e servi-lo. Fazer da sua vontade, minha vontade. Entrego em suas mãos experientes meu corpo, minha alma e meu coração, para que possa comandá-los e protegê-los. Prometo não permitir que ninguém toque em qualquer parte do meu corpo, pois só a ti pertence e só a ti é dado esse consentimento.”
            Ele riu satisfeito e puxou-me para selarmos nossos votos com um beijo profundo e apaixonado.  Antony Gostoso Hill é meu, só meu e eu sou sua... Sua submissa. Merda! AI MINHA BUNDA!
            -Venha Elise quero venerá-la agora! –Mais? O que ele está inventando dessa vez? Mas, antes de sairmos enxugou-me demoradamente e disse:
            -Vou buscar uma coisa pra você vestir! –enrolou uma toalha na cintura, saiu do quarto e deixou-me nua no banheiro esperando.
            Alguns minutos se passaram. Desconfiei que aquilo fosse algum tipo de teste, mas a ansiedade matava-me e eu perdi a conta de quantas vezes, mentalmente, me obriguei a respirar. Merda! Agora não tem mais volta! Tá frio aqui!
            -Elise? –Seu tom de voz estava diferente. Porra! Meu coração acelerou. Esse homem vai acabar me matando!
            -Sim?
            Ele estava vestido com uma roupa do século XIX e parecia um senhor da alta sociedade! Merda até aqueles relógios de bolso ele tinha. Minha mente girou e eu me segurei na pia do banheiro. Parece loucura! Mas, alguém já teve um déjà-vu na vida? Parecia que tinha sido arremessada há uns cem anos atrás. Puta merda! Eu já vivi isso! Essa cena! Eu não estou bem! Esse homem tá fodendo com meu psicológico!
            -Vista-se e venha até mim. Não demore! –ordenou frio e impassível. Céus ele parecia outro homem. Será que ele é bipolar? Certa vez li sobre essa merda. O que eu estou pensando? Distraindo meu cérebro certamente. Acho melhor correr.
            Céus que roupa era essa? Uma veste, tipo, uma capa, feita de um tecido muito fino e totalmente transparente e uma calcinha fio dental. Tudo preto. Então pus a calcinha e vesti a capa dando um laço o pescoço. Uau! A veste era longa e mal cobria meus seios nus. Relaxei os braços e respirei fundo. É isso aí Elise faça o seu melhor. Não o decepcione. MERDA. MERDA. MERDA.



            Ao entrar no quarto, havia uma música tocando. Algo muito sensual e italiano, com uma batida tão forte que acelera meu coração e me põe extremamente nervosa e ansiosa. Essa vai ser forte! Eu sinto que vai! Ele estava sentado na cama com uma cara diferente. Totalmente sério e entregue aquela cena. Tive vontade de rir, mas não era boba, não ia apanhar, pelo menos não agora.
            -Pare! –ele ordenou. Levantou-se, veio até mim. Olhou-me de alto a baixo e deu a volta por trás, examinando-me como se eu fosse um objeto, se bem que era assim que eu estava me sentindo. É isso aí! Eu já vivi isso e eu era uma cortesã! Só pra entrar no clima! Eu estava completamente convencida desse fato. Uau que loucura!!!
            -Agora que paguei por você vou usá-la a noite toda. Minha escrava por esta noite e pelas outras que virão. Abaixe-se e beije meus pés. –Como é que é? Beijar seus pés? Respirei fundo e fiz, permanecendo de joelhos e olhando pros seus pés. –Boa menina. Agora tire a roupa e mostre-se pra mim. Quero ver por dentro o que comprei. –Merda a música está no repeat e estou encharcada e louca por ele. Não estou bem! Tá tudo girando e girando. Céus! Essa música! Essa voz! Respiro com dificuldade.
            -Tire a roupa e deite-se no chão. Vou examiná-la pessoalmente. –MORRI.

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