Notas do capítulo...
"Hummmm! Todas estão esperando pra saber que revelações são essas hein? A música de fundo para este capítulo é 'Us against the world' do Westlife e vocês podem se deliciar no link no meio do texto. Acho que a letra tem tudo a ver, sem contar que uma das minhas preferidas! Bjão."
–Então? Estou esperando o que você tem a dizer! –falei direta e impaciente. Certamente eu não iria deixar que essa amostra de noiva de Frankstein amedrontasse-me.
–Você está consciente que se trata apenas de mais uma na vida dele, não é?
–Sério? –levantei a sobrancelha.
–É igualzinha a todas as outras brasileiras que ele tanto teima em trazer pra cá. Você sabe das outras não sabe?
–Sim.
–Então vamos facilitar as coisas pra nós duas! Sou eu quem ele quer ao seu lado nas festas, convenções, eventos. Sou eu com quem ele se deixa fotografar e aparecer na mídia. Nosso casamento já é esperado por toda a sociedade de Manhattan. Somos o casal-modelo dos sites de fofocas. Ele só gosta e passar o tempo com mulheres como você.
–E que tipo de mulher eu sou?
–Um tipo do qual ele logo vai se cansar e ligar pra mim no minuto seguinte, convidando-me pra jantar, acompanhado de uma linda joia.
–É mesmo?
–Você fala como se não acreditasse em uma única palavra do que eu digo. A reação é a mesma e na verdade eu estou mais do que acostumada com isso. Vamos ao que interessa! Para prolongar a sua estadia aqui sugiro que você faça o seguinte... –antes que ela terminasse a frase eu a interrompi.
–Escute uma coisa, e escute bem, porque só vou falar uma vez! –Antony e seus ensinamentos! –Não gosto que me diga o que devo ou não fazer. Não gostei da sua cara, muito menos do seu jeito, portanto sugiro que você não perca mais o seu precioso tempo aqui. Vá embora! Vá pra algum salão ou ler alguma revista de fofoca. Eu sinceramente não tenho saco pra isso!
–Eu saio daqui à hora que eu quiser! Pinte seu cabelo e use lentes de contato talvez ele passe mais tempo com você.
–E você sugere alguma cor? Deixe-me adivinhar? Loiro, tipo, igual ao seu? Faça-me o favor e poupe-me da sua loucura. Não tenho nenhum interesse em ficar loira. –agora as coisas estão se encaixando direitinho.
–Ele não é quem você imagina que seja!
–Ele é muito mais do eu imagino.
–Mais uma que se apaixonou e que logo, logo será descartada sem nenhuma dúvida.
–Enquanto estiver dando certo eu estou satisfeita. Com licença! –e levantei-me para sair dali.
–Ele é um pedófilo!
–Já chega Marianne.
Estávamos tão envolvidas na discussão que nem percebemos que o Antony já havia chegado e ouvia tudo junto à porta. Meu Deus ouvir aquilo foi demais! Será? Senti um aperto no coração. Não Antony! Por favor, não! Meus olhos correram em direção à sua voz e no exato momento em que se encontraram vi sofrimento nos seus. Ele parecia exausto, enojado, como se ouvir aquilo derramasse sobre ele uma tonelada de peixe podre.
–Saia daqui Marianne. Fique longe de mim. Saia da minha casa, AGORA. –essa última palavra foi dita com tanta raiva que me assustou. Em nenhum momento seus olhos deixaram os meus.
–Eu sinto mu...
–Não me toque. –e sua voz denotava todo nojo e rancor que pude perceber. – Saia.
Antes de partir ela tentou abraçá-lo, porém o olhar que lhe lançou, congelou-a no exato momento. Saiu e bateu a porta. Virei-me e caminhei em direção à janela. Encostei a testa no vidro e olhei o infinito. Senti-o aproximar-se por trás. Colocou sua mão ao lado da minha na enorme janela, prendendo-me junto a ela.
–É mentira Elise. Acredite em mim. Eu voltaria os minutos se pudesse só pra não ter que ver esse medo novamente estampado em seus olhos. Eu queria lhe contar tudo, queria que você soubesse por mim. Como realmente aconteceu. Saber como essa história quase me matou. Por favor, olhe pra mim. –suplicou.
Respirei fundo e virei-me lentamente. Olhei em seus olhos e vi um menino triste, desesperado, como se seu mundo tivesse acabado. Senti pena de vê-lo assim. Naquele instante eu daria e faria qualquer coisa pra nunca mais vê-lo tão triste. Não consegui segurar a emoção e uma lágrima escorreu do meu olho, depois outra e outra. Ele estendeu sua mão e enxugou minhas lágrimas.
–Não chore minha ninfa. –eu o abracei e ele levantou-me fazendo com que eu o enlaçasse com as pernas, encostando-me na janela. Beijou-me e além de paixão, seu beijo tinha gosto de frustração. –Obrigado! Elise você não imagina como sua reação significa pra mim. Entende que agora somos nós dois contra tudo.
Simplesmente assenti e encostei minha testa na dele e ele esfregou seu nariz no meu, me fazendo ri.
–Bobo! – falei.
–Você me faz bobo! Que tal um banho relaxante pra conversarmos? –propôs.
–Hummmm! De banheira? –senti-o relaxar.
–Com bastante espuma.
–Você me carrega?
–Céus que preguiçosa! – e revirou os olhos. – E gorducha! E manhosa! E cheirosa! E sexy com esse cabelo assim! E deliciosa nesse jeans apertado. –falou enquanto me levava para o banheiro da sua suíte.
–Ei eu não sou gorducha não!
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Encheu a banheira com água morna, colocou um sabonete de ervas finas com amora e aquele aroma penetrou por todo o ambiente deixando tudo muito afrodisíaco e sensual. Uau! Eu jamais vou esquecer esse cheiro. Tirou minha roupa lentamente e colou-me dentro. Depois tirou a sua, fazendo com que eu o desejasse muito mais além do meu desejo aparente. Veio e sentou-se atrás de mim. Passou mais sabonete nas mãos e começou a lavar minhas costas numa lenta e agonizante massagem, fazendo com que eu relaxasse e encostasse em seu peito. Ensaboou meu pescoço e seios, descendo pelos braços e enlaçando minhas mãos com as dele. Céus aquilo era muito erótico! Subiu novamente e desceu pela barriga, daí em diante não vi mais suas mãos, pois estavam submersas na água. Era só se entregar e sentir. Massageou minhas pernas até onde conseguia alcançar, colocando-as sobre a banheira, abrindo-me para ele. Depois subiu pelas coxas e alcançou sua borboletinha, como ele mesmo havia apelidado. E no seu objetivo, trabalhou com maestria, tocando-me nos lugares precisos, arrancando de mim suspiros e contorções. Sem contar que ouvir sua respiração de puro êxtase em meu ouvido, completava seu toque mágico e eu vim rápida e insana por muito mais daquilo. Quando me acalmei, ele abraçou-me e beijou minha boca faminta. Queria retribuir o prazer, mas ele afastou-me delicadamente, insistindo que tínhamos que conversar. Então virei-me e fiquei de frente pra ele.
–No primeiro ano em que Marianne e eu estivemos juntos, eu não estava nem aí pra nada. Fodia com muitas mulheres, não tinha um só gota de respeito pelo nosso relacionamento e na época não me arrependia. Sim! Eu me envergonho disso! Não precisa me olhar assim, mas eu não ligava mesmo. Eu tive muitas mulheres Elise. E certa noite, estava navegando na net e conheci uma garota. Seu nome era Tricha, depois ficamos sabendo que era Melissa.
–Ficamos? Você e a Marianne?
–Não! Meu advogado e eu. –senti um nó na garganta.
–Ela dizia que tinha 22 anos e que era adepta do relacionamento BDSM. Ela se dizia masoquista e que já tinha feito vários encontros pela internet. Com diferentes Doms.
–Que furada! –interrompi-o.
–Sim! Foi uma furada! Então marcamos de nos encontrarmos em um hotel e quando cheguei lá constatei que ela não tinha mais que quatorze anos. Fiquei furioso, rejeitei-a, tratando-a muito mal, dizendo que ela estava se metendo em uma enrascada e mandei-a embora. Ela não aceitou bem minha rejeição e acusou-me de assédio. Eu nem encostei um dedo nela. Reconheceu-me imediatamente dos sites de fofoca que a Marianne tanto gostava de aparecer comigo. Uma semana depois, estava sendo intimado por um oficial, dizendo que eu estava sendo acusado de assédio e corrupção de menores, em outras palavras, pedofilia.
–Meu Deus Antony! Você poderia ter sido preso.
–E não fui graças às conversas gravadas que usei como provas a meu favor e o fato dela ainda ser virgem. Foi tudo um grande desgaste para mim e consumiu-me por muito tempo, sem contar que fiquei sendo monitorado pelas visitas que faço à rede. Por pouco não se transformo em um grande escândalo, mas seus pais propuseram um acordo financeiro e eu tive que pagar cinco milhões de dólares pelo seu silêncio. Marianne sabe de tudo. E o fato dela acusar-me de ser isso, conhecendo toda a história só me faz abominá-la mais. Céus como alguém pode ser assim?
–Ela quer se casar com você.
–Ela quer muitas coisas. O fato é que eu jamais vou me casar com ela. Essa ideia nunca passou pela minha cabeça.
–Por que relacionamentos d/s? –queria entender.
–Por que doce é doce, por que salgado é salgado? Não sei responder Elise. Eu sou assim, nasci assim, sou um sádico e sinto prazer em punir as mulheres que buscam prazer em serem punidas. É uma troca muito justa. Sem arrependimentos, só prazer.
–Preciso te contar uma coisa sobre mim. Acho certo o momento. –criando coragem falei.
–Não quero que se sinta intimidada a me contar nada. Conte-me quando estiver pronta.
–Este é o momento. –ele assentiu. –Eu já fui casada.
–Isso eu já sabia.
–Como sabia? –perguntei desconfiada. –mandou alguém me investigar? Deus!
–Só queria algumas informações Elise, sobre você. E essa veio junto. Fiquei muito surpreso confesso. Como alguém pode ter sido seu dono e ter te deixado escapar assim?
–Bom... essa eu não sei te responder. Mas tem mais coisa...
–Mais?
–Bem... eh... antes de você... –baixei meus olhos pra espuma, envergonhada.
–Continue.
–Eu nunca havia tido um orgasmo. –falei quase sem respirar.
O silêncio pareceu constrangedor e eu continuava com a cabeça abaixada. De repente senti seu toque em meu queixo, levantando-o para olhá-lo nos olhos.
–Eu achei que ninguém mais fosse capaz de surpreender-me nessa vida e, no entanto, você me diz... –riu.
–Não ria de mim Antony! Eu sinto muita vergonha disso.
–Pois não deveria. Você sempre veio tão rápida pra mim. Sempre respondeu com paixão. Eu jamais iria imaginar que você tivesse passado por isso. –riu e ele estava se deliciando com aquela informação.
–Antony você está rindo de novo! –corei.
–Não assim, do jeito que você está imaginando. É que agora fazer você gozar terá um gostinho todo especial pra mim.
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