Acordei com ela toda emaranhada em mim e ainda mais com um certo balancinho da sua bunda... Que estranho ela balança a bunda enquanto dorme! É tão bom tê-la em meus braços. É tão bom ficar aqui, assim. Sentir sua respiração tranquila e serena. Ela se agarra a mim de uma maneira, tipo, como se não houvesse mais ninguém na terra. Tenho que ir pra empresa. Merda. Merda. Talvez mais dez minutinhos aqui com ela.
Quarenta minutos depois...
–Sabia que você tem uma mania deliciosa enquanto dorme? – falou enquanto arrumava a gravata.
–Mais uma? – ele riu.
–Você balança a bunda bonitinho enquanto dorme! Eu achei uma mania fodida de linda.
–Sério?
–Sério.
–Assim? –mexi a bunda pra ele.
–Exatamente assim. –aproximou-se e beijou-a novamente. Espreguicei-me e fechei os olhos. É o máximo acordar ao lado dele.
–Céus que preguiçosa!
–Só mais dez minutinhos.
–Eu falei a mesma coisa há uns 50 minutos e olha só: estou aqui atrasadão.
–Por favor! –ele beijou meu pescoço.
–Ok! Eu vou pra empresa e o Mathew vem buscá-la pra levá-la em casa. Quero você toda preguiçosa na minha cama. Está ouvindo?
–Hum?
–Elise?
–Sim, Antony, eu ouvi! Só não vou poder ficar muito tempo. Tenho que voltar pra Brasil.
–Nada disso! Preciso de um tempo com você! –virou-me de frente pra ele. –Diz que vai ficar aqui, que não vai fugir de novo!
–Tudo bem eu fico. –com aquele olhar e vestido daquele jeito quem resistiria. Isso não era justo!
–Nós somos dois malucos que só pensam em uma coisa quando estão juntos. Precisamos conversar.
Oh Meu Deus! Ele quer conversar. Sinto meu coração acelerar. Sem essa de ser tão ansiosa. Nunca fui assim, mas desde que o conheci, ando ansiosa, nervosa e com arritmia cardíaca.
–Sim meu bem. Nós precisamos conversar.
Então me beijou nos lábios, apertou meus seios em suas mãos, beijou meu pescoço, depois os seios e com muito esforço saiu de cima de mim. Ao sair, virou-se, sorriu, piscou o olho e fechou a porta. Oh minha nossa! Ele piscou pra mim. Que homem pisca nos dias de hoje? Que puta gostoso que ele é! Estou me sentindo um adolescente diante do cara mais lindo e mais popular da escola e mais ainda, ele sorri e pisca pra ela. Uau! Simplesmente uau! Eu não falei isso. E ao contrário do que ele fala, eu não tenho sido uma menina má, e sim muito boazinha pra ganhar um gostoso desses. Obrigada! Obrigada! Ah! Ai! Eu estou fodidamente apaixonada por ele... Meu Deus!
*************
“Em quinze minutos, essa é a décima vez que uso a tecla backspace. Se estou com ela, penso nela e no trabalho. Se estou no trabalho, só consigo pensar nela. Estou ficando louco! Não consigo me concentrar em nada. Preciso revisar esses contratos, mas as lembranças dela ontem e o que ela me disse... Eu te amo!”
–Sr. Hill?
–Sim Joel?
–A Sta. Genser está aqui pra vê-lo! Posso deixá-la entrar?
Marianne? Depois de todo esse tempo? O que ela quer?
–Sr. Hill?
–Um momento, estou ao telefone!
Marianne e eu tínhamos sido namorados por dois anos e o fato de ter havido muitas outras mulheres, só reforçava a convicção de que não éramos compatíveis. Ela nunca aceitou isso muito bem. Nunca levou o término de um “possível noivado”, que ela mesma criou, numa boa. O jeito dela engolir todas as mulheres que eu tinha, só me fazia desprezá-la mais. Ela não tomava nenhuma atitude. Sempre perdoava todas as traições, ou seja, toda semana era o mesmo blá, blá:
“-Antony, isso é só uma fase. Nós vamos sair dessa juntos. Eu sei que elas não significam nada pra você. Eu sou a mulher certa pra ser sua esposa...”
De todas as frases que eu ouvia, ela estava certa em apenas uma: elas não significavam realmente nada pra mim, nem elas, nem ela. E o fato daquilo ser tão claro pra mim e não pra ela, me deixava com um puta tédio. Ela é linda, isso eu jamais vou negar. Tivemos nossos momentos juntos. Vivemos algumas cenas de submissão, Marianne é submissa demais, chega a ser falsa em cena e um bom Dom sente quando é fingimento, sem contar que nós gostamos de umas boas provocações, para o caso de um castigo mais rigoroso e proveitoso. No meu caso, sou sádico e tenho que sentir prazer na cena. Como quando estou com Elise. Elise! Lá vem você novamente em minha mente. Cacete, que porra de mulher é essa? Marianne é linda: loira, olhos azuis e eu realmente tenho uma queda por loiras, mas depois que Elise surgiu em minha vida, ela FODEU com todas as minhas certezas, sentidos e preferências.
–Joel?
–Sim Sr. Hill?
–Mande-a entrar.
Inclinei-me na cadeira e ela prendeu a respiração no exato momento em que nossos olhos se encontraram.
–Antony! Quanto tempo! –Aproximou-se e deu a volta na mesa, vindo em minha direção para cumprimentar, puxando-me para um abraço. Por essa eu não esperava.
–Olá Marianne! Como está?
–Hum eu diria que bem. Tirando toda essa crise financeira que o papai está passando e mamãe que está praticamente arrancando os cabelos implantados dela, eu diria que estou maravilhosamente bem. – que tédio!
Dei a volta na mesa e ofereci-lhe a cadeira, sentando-me na oposta. Quer conhecer uma pessoa fútil e exageradamente patricinha. Então aqui está: Prazer Senhorita Marianne Louise Genser!
–Sim eu fiquei sabendo disso! Aliás, como ele está?
–Desde que saiu da sua proteção, está indo de mal a pior.
Eu havia investido um bom dinheiro em sua empresa e quando percebi que ele podia caminhar sozinho liberei-o. No entanto, com uma esposa e uma filha que só pensa em gastar com futilidades, sinceramente, eu acho que está durando tempo demais, já deveria ter pedido falência e vendido aquela merda pra mim.
–O que você quer Marianne?
–Eu? Ah! Sim! Eh! Eu estava com saudades e resolvi fazer uma visitinha.
–Depois de todo esse tempo?
–Ah meu bem você estava contando os meses? Eu não sabia que você estava sentindo minha falta!
–Pare!
–Eu juro...
–Pare! Marianne eu não vou deixar você usar o que digo a seu favor e interpretar do seu jeito. Nós não tivemos um final muito decente e você sabe muito bem o que fez, portanto não banque a esquecidinha e não finja que nada aconteceu.
–É por isso que estou aqui! Pra pedir desculpas pelo o que fiz. Sei que sou muito mimada, egoísta e ciumenta, mas estou muito arrependida com todo aquele escândalo.
–Ah é mesmo?
–É sério Antony!
–muito bom saber que você está... eh... arrependida. – falei sem acreditar muito no que ela estava dizendo.
–Eu mudei Antony, acredite.
Aqui está uma coisa difícil de acreditar. Marianne é mais uma daquelas filhinhas de papai que nasceram e foram educadas pra arranjarem um casamento milionário, por simplesmente nascerem com um belo rosto.
–E aquele seu namorado inglês, como é mesmo o nome dele?
–Henry.
–Isso mesmo Henry
–Não deu certo!
–Oh!
–Nós bem que poderíamos sair par jantar qualquer dia desses! Por que você não me convida, afinal estamos os dois solteiros?
E lá vamos nós!
–Eu não estou sozinho Marianne.
–Ah não?
–Não.
–Ah deve ser mais uma daquelas brasileiras que você tanto gosta de... não deve ser importante. –falou enojada.
–Realmente é uma brasileira, mas não é qualquer garota.
–Que? Você quer dizer que está apaixonado por ela?
–O que sinto por Elise é algo muito forte, e ainda estranho a mim e difícil de definir.
–Bom se você mudar de ideia me liga, você ainda tem o número não é?
Queria dizer que não, mas apenas ri.
***************
“Maldição! Tenho que tirar essazinha da vida do meu Antony imediatamente. Ele é meu! Será meu marido, custe o que custar!”
****************
–Já vou!
–Olá Jasmine!
–A Senhorita aqui?
–O que foi? Parece que viu um fantasma! Saia da frente.
–Quem é Jasmine?
–Ora, ora o que temos aqui? Você deve ser a, como é mesmo o seu nome, Alice??? Elice???
Reconheci no exato momento em que a vi, loira, olhos azuis, exatamente como aquela louca havia descrito, sem contar no ar de superioridade que havia em sua face.
–É Elise.
Olhou-me de cima a baixo sem esconder, toda enojada como se estivesse olhando para o ser mais asqueroso na terra. Oh céus realmente existe gente assim, pensei.
–Jasmine, não sou mais bem vinda a esta casa? Ainda estou parada a porta. – falou sem desviar o olhar de mim, avaliando-me inteira.
–Sim, Senhorita, por favor! E desculpe!
–Jas, estou no escritório do Anty se precisar de mim. –eu que não vou ficar aqui com essa coisa.
–Jas, Anty. Quantos apelidos?
Dei meia volta e encarei-a. Ela riu.
–Só trato as pessoas carinhosamente. Jasmine parece não se importar e o Anty, bem, ele adora! –sua sobrancelha arqueou.
–Eu não me importo senhorita, eu até gosto muito. Com licença. – disse Jasmine
–É mesmo? Ele deixa você chamá-lo assim e ainda, entrar em seu escritório?
–Quem é você?
–Sou Marianne.
–Hummm. –fiz de conta que nunca ouvi falar e virei pra ir embora.
–Com licença senhorita, eu vim aqui pra falar com você!
–Oh! E o que eu teria pra falar com você?
–Tenho certeza que você vai adorar saber algumas coisinhas. – e sorriu diabolicamente. Eu sei que tipo de mulher é essa, sei também lidar com isso, mas é a curiosidade pra saber o que ela tem pra me dizer, que certamente deve ser sobre o Antony, que me faz convidá-la a sentar. E nesse momento outro sorriso assombroso espalhou-se sobre sua face. Eu definitivamente não gostei dela.
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–Alô, Sr. Hill?
–O que é jasmine?
–Adivinha quem está aqui em casa?
–Elise?
–Não Sr. Hill, quer dizer ela está também, mas é a outra.
–Eu não estou entendo. Quem exatamente está aí?
–A Senhorita Marianne.
Minha nossa! Eu devia ter imaginado que ela fosse fazer esse tipo de coisa.
–Onde está Elise?
–Está conversando com ela na sala.
–Merda! Escute Jasmine, faça o que for, mas, não deixe aquela louca se aproximar dela, eu chego aí em cinco minutos!
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