quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Capítulo 19 - Seu sorriso, minha perdição.



                Limpei-me e subi a calça com certa dificuldade. Sem calcinha. Essa é boa! Boa Hill! Prenda número 2 não é? Safado. Sentei-me no vaso. Levante-me. Sentei-me novamente. Segurei a cabeça com as duas mãos. Ah! Meu Deus! Estou toda gelatina e o sangue ainda corre quente em minhas veias e ele simplesmente saiu como se nada tivesse acontecido. Quem é esse homem?
            Olhei-me no espelho. Eu estava uma bagunça total. Meu rosto vermelho, meus lábios inchados e as pupilas dilatadas. Prazer em conhecer furacão Hill! Vamos garota, arrume-se e volte ao seu lugar! Ri pra mim mesma no espelho. Estou ficando louca, pensei! Estou diferente! Sinto uma felicidade tamanha e eu que pensei que fosse incapaz de sentir qualquer prazer. Posso não conhecê-lo, mas reconheço sua fome de mim: é a mesma que sinto por ele. Essa paixão é o sentimento mais avassalador que senti. Não me importo com os outros, afasto o temor das consequências e acima de tudo, entrego-lhe minha alma e o deixo comandar esse carro desenfreado que é o meu corpo.
            Quando me encaminhava para o meu assento, cruzei com a mulher que estava na cadeira ao lado e ela mandou-me um sorrisinho cúmplice. Ah! Entendi! Ela também ia ao banheiro e pela cara que fez, ia pelo mesmo motivo que eu... Meu Deus! O que dá nesses homens dentro dos aviões! Sentei-me, ele estava trabalhando e bebendo uísque. Ofereceu-me uma taça de champanhe.
            -Você está bem? –sorriu maliciosamente. –Machuquei muito? –apertei as coxas.
            -Você gosta de saber dessas coisas não é? –provoquei. –Estou bem!
            -Então tenho que botar mais pressão da próxima vez!
            -Deus Antony! Você quer acabar comigo?
            -Eu quero te deixar dolorida. E quente. E vermelhinha... –falou ao meu ouvido.
            -Pare! –eu já estava ficando excitada novamente. –Pra sua informação eu estou exatamente assim.
            -Hora da prenda número 3!
            -Quê?
            Ele colocou dois dedos dentro do seu uísque e pegou um cubo de gelo. Levou a boca, chupou e disse:
            -Coloque nela.
            -Ant...
            -Agora! –interrompeu-me.
            Olhei para os lados e o casal havia sumido. Bom né? Olhei pra ele que se divertia diante do meu constrangimento e confusão. Abri o botão e desci o zíper, então peguei a pedra e comecei a descê-la pela frente da calça. Que merda! Por que carambolas eu fui escolher justo essa calça? Ele acompanhava cada movimento que eu fazia. Eu descia a pedra bem lentamente e ele se deliciava com a cena. Tarado! Por fim e para perdição dele terminei de empurrá-la apenas com um dedo. Nossa aquilo era bom. A pedrinha ia descendo e tocando toda a minha pele sensível e machucada. Esfriando o fogo que ele havia instalado lá. Meu dedo também provocava sensações agradáveis. Pensei em retirar o dedo, mas desisti e voltei a acariciar-me novamente, empurrando a maldita pedra bem pra trás. E quando ele passou a língua em seus lábios eu me perdi. Suspirei. Fiquei sedenta de mais daquilo, mas, ele retirou meu dedo bem devagar e levou-o a boca. Chupou-o.
            -Seu prazer é meu! Lembre-se disso querida!
            Que inferno de homem!
            -Agora eu vou buscá-la!
            Beijou-me, passando a língua em meus lábios. Adoro quando ele faz isso. Sinto responder bem ali embaixo. Beliscou meus mamilos. Ah! Gemi junto a sua boca. Então ele enfiou dois dedos dentro da calça. Ah! Abri as pernas.
            -Feche-as! –ordenou.
            -Só quero facilitar as coisas.
            -Não preciso de ajuda! – Hummmm!
            Posicionou os lábios em meu ouvido. Lá vem ele de novo! Hipnotizando-me com suas palavras e respirações. Arrepiei-me toda. Todinha. Seus dedos encontraram meu clitóris. Maldito! Fechei os olhos.
            -Ela não está aqui! Talvez um pouco mais pra dentro! – falou. –Diga-me Elise onde você a colocou! Aqui? –enfiou os dedos dentro de mim.
Gemi.
            -Menina travessa você a escondeu só pra me provocar, não foi?
            -Hummmm!
            -Ela está aqui? Diga pro papai onde ela está!
            -Humhum! –choraminguei.
            -Que tal mais profundo? –enfiou mais fundo e um grito abafado saiu da minha boca. Girou seus dedos dentro de mim e meu corpo todo formigou. –Ela não está aqui! – voltou pro meu clitóris, mordi meus lábios, gemi, choraminguei junto a sua boca. Mordi seus lábios. Enfiei minha língua dentro da sua boca.
            -Te quero!
            -Talvez mais atrás! –seus dedos encontraram a pedrinha e a empurraram pro meu ânus. Cacete! Então começou a esfregá-la, bem devagar, trazendo-a pra frente, torturando-me por algum tempo, até subir e retirá-la. Enfim, colocou-a em seu drink e tomou um gole. Ri daquela atitude. INACREDITÁVEL.
            -Feche a calça Elise! Você foi perfeita!
            Fiz o que ele mandou. Encostei-me ao assento e suspirei. Estava exausta. Percebendo isso, ele beijou-me a testa e disse:
            -Descanse. –beijou-me os lábios. Um beijo simples e casto, mas cheio de ternura e carinho. Senti que ele quis dizer alguma coisa, mas desistiu no último momento. Sorriu. Sorri de volta e fechei os olhos.
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            Acordei com um Antony cansado que me beijava.
            -Ei Elise acorde! Estamos chegando!
            -Quanto tempo dormi?
            -Depois da segunda escala? Humm! A viagem toda.
            -Que droga! Eu não sou uma companhia tão divertida, não é mesmo?
            -Claro que é! Só que ronca como um trovão!
            -Você é tão romântico Antony Hill! –falei sarcástica.
            -Bom, eu não tenho ouvido muitas reclamações ultimamente!
            -Você é tão presunçoso Antony Hill!
            -Bom, eu fiz você gozar uma vez no banheiro e quase pela segunda usando só um cubinho de gelo! –beijou minha orelha.
            -Você é tão gostoso Antony Hill! –tive que admitir.
            -Assim está melhor! –rimos. Estamos parecendo dois bobinhos apaixonados. Deus será que ele não vê isso! Talvez eu esteja só nessa viagem. Não é possível!
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            Chegamos ao Luna Hotel Baglioni Venice por volta das 21hs. Que ficava a 80 metros da Praça de São Marcos. Seu interior era impressionante, decorado com frescos originais e com uma vista deslumbrante para a Lagoa de Veneza. Da suíte dava pra ver que o hotel possuía uma doca privada para barcos e gôndolas. Quero um passeio de gôndola, assim que pudermos! Um luxo só! Meu Antony romântico! Quem diria! Estou tão feliz com tudo isso, como nunca pude imaginar! Como se estivesse pulado num daqueles romances de banca de revista que costumava devorar. Vivendo meu próprio romance particular! Meu conto de fadas!
            Percebendo meu entusiasmo, Antony aproximou-se por trás e começou a falar em italiano ao meu ouvido.
- Sono un ragazzo fortunato! Sono la donna più bella di tutta Venezia. E ora eccola preparerà la cena per me. (Eu sou um cara sortudo! Estou com a mulher mais bonita de toda Veneza. E ela vai agora ali preparar-se para jantar comigo.)
-Só entendi a parte da mulher bonita! –ele riu.
-É a que te interessa! –retrucou brincalhão, virando-me pra mostrar um belo vestido vinho de um ombro só, com uma alcinha fina de Strass reluzentes, que estava sobre a cama.
-Antony! É lindo!
-Eu quero você reluzente hoje á noite.
-Onde nós vamos?
-No Osteria Antico Giardinetto. Internacionalmente conhecido pelo cardápio e carta de vinho.
-Você já foi lá antes? –é claro sua coisa! Retrucou meu inconsciente.
-Não dessa maneira. A negócios. –Ah!
Virei-me pra ele e olhando em meus olhos ele disse:
-Eu adoro essa serenidade que vejo em seus olhos. Eles são como um mar calmo e brilhante, que te convida a mergulhar profundamente. Que está sempre alegre e convidativo. Eu amo a vida que vejo em você. Eu nunca vi isso em ninguém. –falava enquanto acariciava minha bochecha e minhas têmporas. Fechei os olhos e me entreguei ao seu toque meigo e a suas palavras. Quando os abri, ele estava sorrindo.
-O que foi? –perguntei piscando os olhos, curiosa.
-Você é muito linda! Lembra quando quis saber por que eu curtia o relacionamento D/s?
-Sim!
-Acredito que na época eu procurava algo que facilitasse minha vida!
-Como assim?
-Acredite Elise, os acordos feitos previne muita dor de cabeça, garotas interesseiras e... e... eu não tenho que passar por essa coisa toda de conquista. –notei certo nervosismo em suas palavras. –Eu sei o que quero e procuro mulheres que querem a mesma coisa que eu. Mas você...
-Eu não queria a mesma coisa que você! Não no sentido de um relacionamento D/s, as coisas aconteceram e...
-Eu sei! E tudo isso é muito novo pra mim. Eu nunca precisei fazer esse tipo de coisa. –gesticulou pelo quarto e pelo vestido.
-Você quer dizer que está tentando me conquistar? –Tão lindinho.
-Pelo menos estou tentando. –Céus um Antony bobinho! Por essa eu não esperava.
-Está tudo perfeito! Estou amando cada minuto ao seu lado Antony! E eu amo a sua sinceridade viu.
-Fico feliz em agradar-lhe querida, agora vá se vestir. Agora! Vou esperar lá embaixo. –E lá vem o Antony mandão! Fiz biquinho e obedeci.

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Meia hora depois, desci vestida naquele vestido. Coloquei meias é lógico! Tem muita pele exposta e eu estou com frio. Quero fazer o comentário, mas temo sua reação. Tenho medo de magoá-lo.
-Deus Elise você está perfeita! Vai precisar disso aqui. –e entregou-me um casaco que acompanhava o vestido. Esse homem ainda me mata! –Coloque-o. Não quero nenhum outro olhando pra você.
-Eu estava com frio. Podemos ir?
-Perfeitamente. -Ele estava ficando sério demais.

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            Chegamos ao restaurante em quinze minutos e era simplesmente ROMÂNTICO! É! Sem dúvida essa é a palavra perfeita para descrevê-lo. Meu coração acelerou. Eu nunca me senti tão valorizada por um homem. Antony me conduz com tanta delicadeza, que se por um momento, a pressão em seus dedos não me trouxessem de volta a terra, acho que flutuaria. Ele é tão bom nisso! E eu sou tão bobinha. Sinto-me tão pequenininha com ele. Bom, aqui estou, emocionada, com o choro preso na garganta. Olhando pra esse homem perfeito, que parece me estudar, como se estivesse lendo meus pensamentos. De repente ele sorri. E um mundo se abre. É noite, mas as estrelas estão mais brilhantes, a lua está mais clara e tudo se ilumina.
            - La riserva per conto di Antony Hill! (A reserva em nome de Antony Hill!). –Antony falou.
            - Perfetto! Qui signore. (Perfeito. Por aqui Senhor!) –disse a atendente.
            Sentamos e ela entregou-nos o Menu. Enquanto lia os pratos escritos em italianos, Antony ria das minhas caretas.
            -Vou ajudá-la querida. Vou explicar o que tem nos pratos e você escolhe pra nós dois. Tudo bem?
            -Tudo bem.
            -Elise Campello. Esse sobrenome é italiano, não é?
            -Minha tia-avó falava que éramos descendentes dos nobres da Itália, precisamente de Spolleto. Ela mesma nasceu em Recife. Mas, sinceramente, não sei até onde minha vó viajava. Ela era surreal.
            -Ela falava a verdade Elise. Sua descendência é italiana. –olhei chocada.
            -Como você sabe? Você andou...
            -Ei, ei, ei... eu só fiz umas pesquisas. –falou levantando as mãos em defesa.
            -Minha nossa! Antony! O que mais você descobriu? Fala!
            -Nada demais, só que tem um tio seu, Conde Alberto Campello que mora num castelo. –ri.
            -Essa noite promete!
            Quando baixei os olhos para o prato, havia uma caixa quadrada preta de camurça, bem no meio.
            -Como? Quando colocaram isso aqui? Antony! –ele riu.
            -Vamos abra!
            Era uma pulseira bracelete de brilhantes, em raias que se encontravam, e em cada ponta um brilhante estupidamente realçava diante dos demais. Um espetáculo! Jesus! Basta uma joia pra eu falar igual a uma perua. Mas eu estava apaixonada por ela.
            -Deus Antony! É linda!
            -Deixe-me colocá-la. Feliz aniversário!
            Sem palavras! Foi exatamente assim que eu fiquei diante dele.

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