Limpei-me e subi a calça com certa
dificuldade. Sem calcinha. Essa é boa! Boa Hill! Prenda número 2 não é? Safado.
Sentei-me no vaso. Levante-me. Sentei-me novamente. Segurei a cabeça com as
duas mãos. Ah! Meu Deus! Estou toda gelatina e o sangue ainda corre quente em
minhas veias e ele simplesmente saiu como se nada tivesse acontecido. Quem é
esse homem?
Olhei-me no
espelho. Eu estava uma bagunça total. Meu rosto vermelho, meus lábios inchados
e as pupilas dilatadas. Prazer em conhecer furacão Hill! Vamos garota,
arrume-se e volte ao seu lugar! Ri pra mim mesma no espelho. Estou ficando
louca, pensei! Estou diferente! Sinto uma felicidade tamanha e eu que pensei
que fosse incapaz de sentir qualquer prazer. Posso não conhecê-lo, mas reconheço
sua fome de mim: é a mesma que sinto por ele. Essa paixão é o sentimento mais
avassalador que senti. Não me importo com os outros, afasto o temor das
consequências e acima de tudo, entrego-lhe minha alma e o deixo comandar esse
carro desenfreado que é o meu corpo.
Quando me
encaminhava para o meu assento, cruzei com a mulher que estava na cadeira ao
lado e ela mandou-me um sorrisinho cúmplice. Ah! Entendi! Ela também ia ao
banheiro e pela cara que fez, ia pelo mesmo motivo que eu... Meu Deus! O que dá
nesses homens dentro dos aviões! Sentei-me, ele estava trabalhando e bebendo
uísque. Ofereceu-me uma taça de champanhe.
-Você está
bem? –sorriu maliciosamente. –Machuquei muito? –apertei as coxas.
-Você gosta
de saber dessas coisas não é? –provoquei. –Estou bem!
-Então tenho
que botar mais pressão da próxima vez!
-Deus Antony!
Você quer acabar comigo?
-Eu quero te
deixar dolorida. E quente. E vermelhinha... –falou ao meu ouvido.
-Pare! –eu
já estava ficando excitada novamente. –Pra sua informação eu estou exatamente
assim.
-Hora da
prenda número 3!
-Quê?
Ele colocou
dois dedos dentro do seu uísque e pegou um cubo de gelo. Levou a boca, chupou e
disse:
-Coloque
nela.
-Ant...
-Agora!
–interrompeu-me.
Olhei para
os lados e o casal havia sumido. Bom né? Olhei pra ele que se divertia diante
do meu constrangimento e confusão. Abri o botão e desci o zíper, então peguei a
pedra e comecei a descê-la pela frente da calça. Que merda! Por que carambolas
eu fui escolher justo essa calça? Ele acompanhava cada movimento que eu fazia.
Eu descia a pedra bem lentamente e ele se deliciava com a cena. Tarado! Por fim
e para perdição dele terminei de empurrá-la apenas com um dedo. Nossa aquilo
era bom. A pedrinha ia descendo e tocando toda a minha pele sensível e machucada.
Esfriando o fogo que ele havia instalado lá. Meu dedo também provocava
sensações agradáveis. Pensei em retirar o dedo, mas desisti e voltei a
acariciar-me novamente, empurrando a maldita pedra bem pra trás. E quando ele
passou a língua em seus lábios eu me perdi. Suspirei. Fiquei sedenta de mais
daquilo, mas, ele retirou meu dedo bem devagar e levou-o a boca. Chupou-o.
-Seu prazer
é meu! Lembre-se disso querida!
Que inferno
de homem!
-Agora eu
vou buscá-la!
Beijou-me,
passando a língua em meus lábios. Adoro quando ele faz isso. Sinto responder
bem ali embaixo. Beliscou meus mamilos. Ah! Gemi junto a sua boca. Então ele
enfiou dois dedos dentro da calça. Ah! Abri as pernas.
-Feche-as!
–ordenou.
-Só quero
facilitar as coisas.
-Não preciso
de ajuda! – Hummmm!
Posicionou
os lábios em meu ouvido. Lá vem ele de novo! Hipnotizando-me com suas palavras
e respirações. Arrepiei-me toda. Todinha. Seus dedos encontraram meu clitóris.
Maldito! Fechei os olhos.
-Ela não
está aqui! Talvez um pouco mais pra dentro! – falou. –Diga-me Elise onde você a
colocou! Aqui? –enfiou os dedos dentro de mim.
Gemi.
-Menina
travessa você a escondeu só pra me provocar, não foi?
-Hummmm!
-Ela está
aqui? Diga pro papai onde ela está!
-Humhum!
–choraminguei.
-Que tal mais
profundo? –enfiou mais fundo e um grito abafado saiu da minha boca. Girou seus
dedos dentro de mim e meu corpo todo formigou. –Ela não está aqui! – voltou pro
meu clitóris, mordi meus lábios, gemi, choraminguei junto a sua boca. Mordi
seus lábios. Enfiei minha língua dentro da sua boca.
-Te quero!
-Talvez mais
atrás! –seus dedos encontraram a pedrinha e a empurraram pro meu ânus. Cacete!
Então começou a esfregá-la, bem devagar, trazendo-a pra frente, torturando-me
por algum tempo, até subir e retirá-la. Enfim, colocou-a em seu drink e tomou
um gole. Ri daquela atitude. INACREDITÁVEL.
-Feche a
calça Elise! Você foi perfeita!
Fiz o que
ele mandou. Encostei-me ao assento e suspirei. Estava exausta. Percebendo isso,
ele beijou-me a testa e disse:
-Descanse.
–beijou-me os lábios. Um beijo simples e casto, mas cheio de ternura e carinho.
Senti que ele quis dizer alguma coisa, mas desistiu no último momento. Sorriu.
Sorri de volta e fechei os olhos.
**********
Acordei com
um Antony cansado que me beijava.
-Ei Elise
acorde! Estamos chegando!
-Quanto
tempo dormi?
-Depois da
segunda escala? Humm! A viagem toda.
-Que droga!
Eu não sou uma companhia tão divertida, não é mesmo?
-Claro que
é! Só que ronca como um trovão!
-Você é tão
romântico Antony Hill! –falei sarcástica.
-Bom, eu não
tenho ouvido muitas reclamações ultimamente!
-Você é tão
presunçoso Antony Hill!
-Bom, eu fiz
você gozar uma vez no banheiro e quase pela segunda usando só um cubinho de
gelo! –beijou minha orelha.
-Você é tão
gostoso Antony Hill! –tive que admitir.
-Assim está
melhor! –rimos. Estamos parecendo dois bobinhos apaixonados. Deus será que ele
não vê isso! Talvez eu esteja só nessa viagem. Não é possível!
************
Chegamos ao Luna Hotel Baglioni Venice por volta das
21hs. Que ficava a 80 metros da Praça de São
Marcos. Seu interior era impressionante, decorado com frescos originais e com
uma vista deslumbrante para a Lagoa de Veneza. Da suíte dava pra ver que o
hotel possuía uma doca privada para barcos e gôndolas. Quero um passeio de
gôndola, assim que pudermos! Um luxo só! Meu Antony romântico! Quem diria!
Estou tão feliz com tudo isso, como nunca pude imaginar! Como se estivesse
pulado num daqueles romances de banca de revista que costumava devorar. Vivendo
meu próprio romance particular! Meu conto de fadas!
Percebendo
meu entusiasmo, Antony aproximou-se por trás e começou a falar em italiano ao
meu ouvido.
- Sono un ragazzo fortunato! Sono la donna più bella di tutta
Venezia. E ora eccola preparerà la cena per me. (Eu sou um cara sortudo! Estou
com a mulher mais bonita de toda Veneza. E ela vai agora ali preparar-se para
jantar comigo.)
-Só entendi a parte da mulher bonita!
–ele riu.
-É a que te interessa! –retrucou
brincalhão, virando-me pra mostrar um belo vestido vinho de um ombro só, com
uma alcinha fina de Strass reluzentes, que estava sobre a cama.
-Antony! É lindo!
-Eu quero você reluzente hoje á
noite.
-Onde nós vamos?
-No Osteria
Antico Giardinetto.
Internacionalmente conhecido pelo cardápio e carta de vinho.
-Você já foi lá antes? –é claro sua
coisa! Retrucou meu inconsciente.
-Não dessa maneira. A negócios. –Ah!
Virei-me pra ele e olhando em meus
olhos ele disse:
-Eu adoro essa serenidade que vejo em
seus olhos. Eles são como um mar calmo e brilhante, que te convida a mergulhar
profundamente. Que está sempre alegre e convidativo. Eu amo a vida que vejo em
você. Eu nunca vi isso em ninguém. –falava enquanto acariciava minha bochecha e
minhas têmporas. Fechei os olhos e me entreguei ao seu toque meigo e a suas palavras.
Quando os abri, ele estava sorrindo.
-O que foi? –perguntei piscando os
olhos, curiosa.
-Você é muito linda! Lembra quando
quis saber por que eu curtia o relacionamento D/s?
-Sim!
-Acredito que na época eu procurava
algo que facilitasse minha vida!
-Como assim?
-Acredite Elise, os acordos feitos
previne muita dor de cabeça, garotas interesseiras e... e... eu não tenho que
passar por essa coisa toda de conquista. –notei certo nervosismo em suas
palavras. –Eu sei o que quero e procuro mulheres que querem a mesma coisa que
eu. Mas você...
-Eu não queria a mesma coisa que
você! Não no sentido de um relacionamento D/s, as coisas aconteceram e...
-Eu sei! E tudo isso é muito novo pra
mim. Eu nunca precisei fazer esse tipo de coisa. –gesticulou pelo quarto e pelo
vestido.
-Você quer dizer que está tentando me
conquistar? –Tão lindinho.
-Pelo menos estou tentando. –Céus um
Antony bobinho! Por essa eu não esperava.
-Está tudo perfeito! Estou amando
cada minuto ao seu lado Antony! E eu amo a sua sinceridade viu.
-Fico feliz em agradar-lhe querida,
agora vá se vestir. Agora! Vou esperar lá embaixo. –E lá vem o Antony mandão!
Fiz biquinho e obedeci.
*************
Meia hora depois, desci vestida
naquele vestido. Coloquei meias é lógico! Tem muita pele exposta e eu estou com
frio. Quero fazer o comentário, mas temo sua reação. Tenho medo de magoá-lo.
-Deus Elise você está perfeita! Vai
precisar disso aqui. –e entregou-me um casaco que acompanhava o vestido. Esse
homem ainda me mata! –Coloque-o. Não quero nenhum outro olhando pra você.
-Eu estava com frio. Podemos ir?
-Perfeitamente. -Ele estava ficando
sério demais.
**********************
Chegamos ao
restaurante em quinze minutos e era simplesmente ROMÂNTICO! É! Sem dúvida essa
é a palavra perfeita para descrevê-lo. Meu coração acelerou. Eu nunca me senti
tão valorizada por um homem. Antony me conduz com tanta delicadeza, que se por
um momento, a pressão em seus dedos não me trouxessem de volta a terra, acho
que flutuaria. Ele é tão bom nisso! E eu sou tão bobinha. Sinto-me tão
pequenininha com ele. Bom, aqui estou, emocionada, com o choro preso na
garganta. Olhando pra esse homem perfeito, que parece me estudar, como se
estivesse lendo meus pensamentos. De repente ele sorri. E um mundo se abre. É
noite, mas as estrelas estão mais brilhantes, a lua está mais clara e tudo se
ilumina.
- La riserva per conto di Antony Hill!
(A reserva em nome de Antony Hill!). –Antony falou.
- Perfetto! Qui signore. (Perfeito. Por
aqui Senhor!) –disse a atendente.
Sentamos e
ela entregou-nos o Menu. Enquanto lia
os pratos escritos em italianos, Antony ria das minhas caretas.
-Vou
ajudá-la querida. Vou explicar o que tem nos pratos e você escolhe pra nós
dois. Tudo bem?
-Tudo bem.
-Elise
Campello. Esse sobrenome é italiano, não é?
-Minha
tia-avó falava que éramos descendentes dos nobres da Itália, precisamente de
Spolleto. Ela mesma nasceu em Recife. Mas, sinceramente, não sei até onde minha
vó viajava. Ela era surreal.
-Ela falava
a verdade Elise. Sua descendência é italiana. –olhei chocada.
-Como você
sabe? Você andou...
-Ei, ei,
ei... eu só fiz umas pesquisas. –falou levantando as mãos em defesa.
-Minha
nossa! Antony! O que mais você descobriu? Fala!
-Nada
demais, só que tem um tio seu, Conde Alberto Campello que mora num castelo. –ri.
-Essa noite
promete!
Quando baixei
os olhos para o prato, havia uma caixa quadrada preta de camurça, bem no meio.
-Como? Quando
colocaram isso aqui? Antony! –ele riu.
-Vamos abra!
Era uma
pulseira bracelete de brilhantes, em raias que se encontravam, e em cada ponta
um brilhante estupidamente realçava diante dos demais. Um espetáculo! Jesus! Basta
uma joia pra eu falar igual a uma perua. Mas eu estava apaixonada por ela.
-Deus
Antony! É linda!
-Deixe-me colocá-la.
Feliz aniversário!
Sem palavras!
Foi exatamente assim que eu fiquei diante dele.
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