“Sua reação diante da
minha revelação, chocou-me mais do que qualquer coisa, pensei que iria achar-me
algo estranho... ou algum tipo de aberração, mas isso era minha insegurança
falando. Sempre acabo deixando-o conduzir-me a tudo o que propõe, ainda estou
confusa! Quero ousar! Talvez seja minha natureza submissa que esteja reagindo
ao seu comando! Sinto que ele penetra em meus sentidos, confunde-me,
manipula-me, energiza-me e a cada encontro de nossos corpos sinto-o cada vez
mais vivo em minhas células. Nossos olhos se falam sem movermos os lábios:
entendo o que ele quer e ele dá-me o que preciso. Mais do que o ápice do gozo,
nossos orgasmos é o encontro de nossas almas. Onde nos reconhecemos e nos
fundimos como seres cósmicos e energéticos. Hoje acredito que tudo tem um
propósito e o fato de duas pessoas se encontrarem, não é mera coincidência. É o
universo conspirando para o reencontro de almas. Sinto que é cada vez mais
impossível tirá-lo do meu sistema. Sinto que pertenço a ele.”
Pensamento de Elise.
Tenho que admitir que fiquei surpresa com sua empolgação
diante deste novo fato. E pensar no que ele estava tramando deixava-me em total
apreensão com uma puta ansiedade. A verdade é que com o Antony minhas reações
eram naturais. Cada frase que saia daquela maldita boca hipnotizava-me e eu
seguia flutuando em direção à sua voz ou pra qualquer lugar que me indicasse.
Esse era meu Antony e eu tinha uma baita sorte dele ser tão bom no que fazia,
caso contrário, nem sei se teria superado meus traumas. Era hora de agradecer e
entregar-me a este sentimento mágico. Sim mágico. Porque magia era o que ele
sabia fazer de melhor.
-Anty? Você
está me assustando olhando assim pra mim. –estava me sentido num tipo
observatório sexual.
-Ah! Elise!
São tantas as possibilidades... e eu só preciso de um SIM pra levá-la por
lugares que você jamais imaginou. –seu olhar era faminto.
-O que você
propõe afinal? –a apreensão pela resposta acelerou meu coração.
-Entregue-se
pra mim! De corpo e alma! Pertença a mim. Entregue toda a sua confiança e
obediência a mim. Eleja-me como seu Senhor e Dono. Ame-me como único e sirva-me
como se disso dependesse sua vida. Seu único propósito é somente servir-me e
agradar-me, para que eu possa curar sua insegurança, embalar seus medos e
testar seus limites.
Merda! Cada
célula do meu corpo respondeu SIMMMMM! Eu já pertenço a ele.
-Não entendo
nada desse mundo Anty! Tenho medo de decepcioná-lo. E a constatação disso seria
um inferno pra mim.
-Você responde
como submissa. Será que não vê? Sua preocupação em me decepcionar... vejo que
você fará tudo pra me agradar e eu tenho certeza que não estou enganado. Aceite
sua natureza e permita-me guiá-la pelo mundo.
-Explique-me
mais sobre ser sua submissa!
-Em nosso
mundo há rituais para várias coisas e você teria que assinar um contrato. Há
homens e mulheres que são dominadores e submissos por natureza. Você entende
essa parte não é? –assenti. –Eles só precisam encontrar seu caminho e seguir
por eles.
-Você vai
dividir-me com outro Dom?
-Não!
Definitivamente não! Eu já falei uma vez que não divido o que é meu, você não
se lembra?????
-Sim é
verdade você falou sim.
-E então???
– não acredito que ele quer uma resposta agora!
-Vai ter
algum ritual, tipo, eu Sr. Antony concedo-lhe o título de minha submissa
temporária. –rimos.
-Que bom
saber que você faz isso ficar engraçado, porque na verdade não é! E isso não
tem nada de temporário! – ufa! Meu coração quase parou nessa hora. - A menos
que você queira uma cerimônia das coleiras! Quer?
-Eu quero o
que você quiser! –respondi apenas.
-Tá vendo?
Mais uma vez você responde como uma submissa nata!
-Eu vou ter
que te chamar de SENHOR ou MESTRE ou outro nome? – no caso da dúvida.
-Na verdade
eu estava pensando num nome só, tipo, SENHOR MAGNÂNIMO MESTRE DE UNIVERSO! O
que acha? –ele só pode estar brincando.
-Quê? Você
tá brincando não é? –rimos.
-Sim Elise
estou. –rimos. –Por enquanto Antony está bom.
-E quanto a
Anty? A Marianne ficou surpresa por eu te chamar assim.
-Esqueça-a e
nunca mais volte a mencioná-la quando estivermos juntos, entendeu? Você pode me
chamar assim e nas nossas cenas eu irei orientá-la como deve referir-se a mim.
-Sim...
Senhor! – ele levantou a sobrancelha. –É melhor eu ir me acostumando. –riu.
-Muito mais
do que rituais, cerimônias e tratamentos usados no relacionamento d/s, está a
conexão de seres que se respeitam e que confiam um no outro. Sem a sua
confiança eu não sou nada e você sem a minha não há entrega. Tudo não passa de
um acordo feito por nós dois e pode ser feito aqui neste exato momento.
Deus ele está pressionando-me! Vejo
em seus olhos que ele deseja isso mais que tudo. Eu também quero isso. Quero
viver isso com ele.
-Sim.
-Sim o quê
Elise?
-Eu quero
ser sua submissa!
Ele piscou
atordoado, parecia não acreditar no que ouvia.
-Tem
certeza?
-Sim.
-Uau! Por
essa eu não esperava... Então vamos fazer nossos votos agora. Escute-me
primeiro e depois quero que repita comigo os seus ok? – e olhando em meus olhos,
respirou fundo e começou:
“Elise, sinto-me
honrado com a sua confiança e entrega, prometo guiá-la pelos caminhos da minha
fantasia, protegendo-a, admirando-a e venerando o seu corpo que agora passa a
ser propriedade minha, para que eu possa desfrutá-lo a hora que quiser e como
quiser. Você deve a mim total atenção e a cada desobediência serás castigada
conforme meu desejo. Seu prazer me pertence e os seus desejos serão meus e eu,
somente eu, dirá quando e como eles serão satisfeitos. A partir desse momento és
minha e ninguém, absolutamente ninguém, encostará um dedo em sua pele. Da mesma
forma, estarei por você! Como amantes exclusivos um para o outro.”
Caramba!
Isso é real? Merda está acontecendo de verdade.
Antes que ele começasse a fazer meus votos e o surpreendi:
“Antony, meu Senhor, é
vontade minha entregar-me aos seus desejos. Eu aceito as suas condições e
respeito suas vontades, guardando os segredos do seu coração pra mim. Vou
honrá-lo e servi-lo. Fazer da sua vontade, minha vontade. Entrego em suas mãos
experientes meu corpo, minha alma e meu coração, para que possa comandá-los e
protegê-los. Prometo não permitir que ninguém toque em qualquer parte do meu
corpo, pois só a ti pertence e só a ti é dado esse consentimento.”
Ele riu
satisfeito e puxou-me para selarmos nossos votos com um beijo profundo e
apaixonado. Antony Gostoso Hill é meu,
só meu e eu sou sua... Sua submissa. Merda! AI MINHA BUNDA!
-Venha Elise
quero venerá-la agora! –Mais? O que ele está inventando dessa vez? Mas, antes
de sairmos enxugou-me demoradamente e disse:
-Vou buscar
uma coisa pra você vestir! –enrolou uma toalha na cintura, saiu do quarto e
deixou-me nua no banheiro esperando.
Alguns
minutos se passaram. Desconfiei que aquilo fosse algum tipo de teste, mas a
ansiedade matava-me e eu perdi a conta de quantas vezes, mentalmente, me
obriguei a respirar. Merda! Agora não tem mais volta! Tá frio aqui!
-Elise? –Seu
tom de voz estava diferente. Porra! Meu coração acelerou. Esse homem vai acabar
me matando!
-Sim?
Ele estava vestido
com uma roupa do século XIX e parecia um senhor da alta sociedade! Merda até
aqueles relógios de bolso ele tinha. Minha mente girou e eu me segurei na pia
do banheiro. Parece loucura! Mas, alguém já teve um déjà-vu na vida? Parecia
que tinha sido arremessada há uns cem anos atrás. Puta merda! Eu já vivi isso!
Essa cena! Eu não estou bem! Esse homem tá fodendo com meu psicológico!
-Vista-se e
venha até mim. Não demore! –ordenou frio e impassível. Céus ele parecia outro
homem. Será que ele é bipolar? Certa vez li sobre essa merda. O que eu estou
pensando? Distraindo meu cérebro certamente. Acho melhor correr.
Céus que
roupa era essa? Uma veste, tipo, uma capa, feita de um tecido muito fino e
totalmente transparente e uma calcinha fio dental. Tudo preto. Então pus a
calcinha e vesti a capa dando um laço o pescoço. Uau! A veste era longa e mal
cobria meus seios nus. Relaxei os braços e respirei fundo. É isso aí Elise faça
o seu melhor. Não o decepcione. MERDA. MERDA. MERDA.
Ao entrar no
quarto, havia uma música tocando. Algo muito sensual e italiano, com uma batida
tão forte que acelera meu coração e me põe extremamente nervosa e ansiosa. Essa
vai ser forte! Eu sinto que vai! Ele estava sentado na cama com uma cara
diferente. Totalmente sério e entregue aquela cena. Tive vontade de rir, mas
não era boba, não ia apanhar, pelo menos não agora.
-Pare! –ele ordenou.
Levantou-se, veio até mim. Olhou-me de alto a baixo e deu a volta por trás,
examinando-me como se eu fosse um objeto, se bem que era assim que eu estava me
sentindo. É isso aí! Eu já vivi isso e eu era uma cortesã! Só pra entrar no
clima! Eu estava completamente convencida desse fato. Uau que loucura!!!
-Agora que
paguei por você vou usá-la a noite toda. Minha escrava por esta noite e pelas
outras que virão. Abaixe-se e beije meus pés. –Como é que é? Beijar seus pés? Respirei
fundo e fiz, permanecendo de joelhos e olhando pros seus pés. –Boa menina.
Agora tire a roupa e mostre-se pra mim. Quero ver por dentro o que comprei. –Merda
a música está no repeat e estou encharcada e louca por ele. Não estou bem! Tá
tudo girando e girando. Céus! Essa música! Essa voz! Respiro com dificuldade.
-Tire a
roupa e deite-se no chão. Vou examiná-la pessoalmente. –MORRI.