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Em
casa tomei um longo banho e pus meu hobby de seda preto. Deitei em minha cama e
revivi mentalmente os últimos acontecimentos. Isso já tinha virado uma mania
particular. De tudo isso, ficou a certeza de que eu não era frígida como passei
os últimos dois anos ao lado de alguém insensível e finalmente adormeci.
Acordei
com Gilian ao meu lado na cama beijando meu pescoço e mandando-me acordar.
-Vai
se ferrar Gilian!
-Ora,
ora, Elise! São 10:30 e eu quero saber de tudo o que rolou ontem... você
enlouqueceu? O que você fez criatura?
-Já
sei que nome vou dar a minha consciência: Gilian! –fiz um breve resumo, sem
entrar nos pormenores.
-Uau!
Três horas?
-Mais
ou menos, o homem é uma máquina!
-E
parece que você é outra. -Rimos.
-Hoje
é aniversário de mamãe e você prometeu me acompanhar o dia inteiro.
-Ah!
Não! Eu só quero dormir!
-Nada
disso! Levante-se, vamos ao shopping. Preciso comprar um presente pra ela e
você também. Quero que você vá com aquele vestido da Stella McCartney e os Louboutins de ontem.
-Nossa
Gilian! Meus sapatos! –levantei-me da cama num salto. Os Louboutins deviam estar do outro
lado da cama. Será que ele escondeu meus sapatos?
-O
que é que tem eles?
-Eu...
Eu os esqueci!
-Você
o quê?
-Meu
Deus eu fugi e esqueci os sapatos. Eu simplesmente vim embora descalça e nem
percebi. –na verdade eu estava andando nas nuvens, flutuando com tudo o havia
experimentado. Eu lá ia me lembrar de calçar sapatos.
-Uau!
Isso é o que eu chamo de uma foda de perder a cabeça, quer dizer os sapatos! –
e riu da situação.
-Gilian!
–eu estava falando sério, será que ele não via meu desespero.
Sentei
totalmente confusa! E chateadíssima. Que amadora!
-Olhe
Gilian, você precisa ir lá pegá-los pra mim. Por favor!
-E
por quê você não vai?
-Ele
vai achar que foi de propósito! – gritei. Estava ficando nervosa.
-E
não foi? -olhou-me com desconfiança. Eu já conhecia aqueles olhos verdes
desconfiados.
-Não.
Claro que não.
Fomos
surpreendidos pela minha governanta que batia à minha porta.
-Entre!
-Dona
Elise, chegou essa encomenda pra senhora.
Gilian
levantou-se e pegou-a.
-Acho
que não preciso mais ir pegá-los.
Meus
sapatos estavam dentro de uma caixa de acrílico com um laço vermelho bem
caprichado, acompanhado de um cartão. Olhei estarrecida para Gilian.
-O
que diz o cartão?
-
Traduzindo: “Não entendi a pressa, Cinderela Elise!”- e um A de Antony
acompanhado do número do celular.
-Parece
que alguém aqui causou um bom efeito no gato! E ele já sabe onde você mora.
-E
o meu nome também e me pergunto o que mais.
-Quê?
Você não disse o seu nome pra ele? –dessa vez foram olhos verdes de surpresa.
-Não!
Quer dizer! Não tivemos oportunidade! É... ele também não perguntou... Ah,
Gilian você nunca ouviu falar em sexo casual? –estava totalmente desconcertada.
-Sim!
–olhou-me desconfiado e disse: -Quer saber? Você está muito enrolada e o meu
sexto sentido diz que você está escondendo algo.
-Não
estou não! – e fugi pro banheiro.
Quando
terminei o banho Gilian estava no meu closet separando algumas roupa.
-O
que você está fazendo?
-Separando
algumas roupas. Você vai ficar lá em casa porque as comemorações de mamãe só
terminam na segunda.
-Até
parece que eu moro em outra cidade! –estava com bom humor. Também...
-Olhe
gata, nós vamos beber e virar a noite. Não quero você dirigindo bêbada ou
fugindo com belos homens. Você é um perigo pra si mesma.
-Assim
você me ofende! –lembrei-me que Antony disse alguma coisa sobre eu ser um
perigo ambulante.
-Só
quero te proteger!
-Eu
sei baby! Eu te adoro! – e beijei seu ombro. Gilian era um amigão.
-Marquei
um horário pra gente no Sorayas. Quero que ela repita aquele cabelo de ontem
pro jantar de hoje. Você estava um arraso!
-Gilian!
Onde você estava que não apareceu a mais tempo em minha vida? Você está me
deixando muito paparicada.
-Só
faço isso com duas mulheres.
-Quais?
-Minha
mãe e você.
-Ah!
Vem, vamos lá na sala quero te mostrar uma coisa.
Estávamos
na sala, quando a campanhia tocou. Fui atender: Nossa era ele! Gesticulei o
nome ANTONY para Gilian que entendeu e saiu da sala. Joguei meu cabelo pra
frente e pra trás, belisquei as bochechas e dei uns tapinhas nos lábios, que já
estavam inchados demais, diga-se de passagem, pelos beijos selvagens desse
homem. Apertei o laço do hobby, tropecei e abri aporta. Esse homem me deixava
nervosa. Uau! Ele está aqui!
-Antony!
–minha voz soou à altura da minha surpresa.
-Você
não ligou!- falou com sotaque engraçado.
-Você
fala português? –minha voz um pouco mais rouca, mais ainda surpresa.
-Depois
de dois anos negociando com os brasileiros, acho que aprendi alguma coisa. –
disse correndo os olhos pelo meu hobby. Demorando-se nos bicos dos meus seios
que intumesceram-se quando sentiram a força do seu olhar.
-Entre,
por favor! Eu estive bem ocupada, desde então, tenho um jantar pra ir hoje,
enfim... –estava totalmente desconcertada e envergonhada com seu olhar e antes
que eu terminasse a frase, ele me puxou pra si.
-Por
que saiu daquele jeito? –sua voz estava rouca de tesão e apreensão.
-Não
sei... Só tinha que sair dali... – respondi ofegante.
Ele
abriu meu hobby e abraçou meu corpo. Eu estava só de calcinha de renda preta.
-Senti
sua falta. Falta do seu cheiro, do seu gosto, do seu calor... -roçou seus
lábios nos meus. -Achei que tivesse sonhado tudo, mas as suas marcas nas minhas
costas me provaram o contrário. –
cheirou meu pescoço – Humm, como você está cheirosa! –de repente ele lembrou-se
de algo e olhou-me chateado. -Olhe eu preciso voltar a Manhattan. É uma viagem
que já estava prevista, mas eu quero vê-la quando voltar.
-Então
eu estarei aqui quando você voltar. Eu não vou a lugar nenhum. – falei e meu
corpo respondia ao seu toque involuntariamente.
-Você
não entendeu! Eu estou querendo dizer que quero exclusividade. Deixá-la aqui
sozinha por longos dez dias é demais pra mim. Estou montando um escritório da
empresa aqui. – e enquanto falava, beijava, cheirava e mordiscava meu rosto. -E.. Não divido o que é meu!
-E
eu sou sua desde quando? –estou tão atrevida desde os últimos acontecimentos.
-Desde
que se entregou pra mim daquele jeito ontem!
-Hahahah...
-Ri - Meu Deus! Antony, você nunca ouviu falar de sexo casual?
-Escute!
Nós somos muito parecidos... – não
respondeu à minha pergunta e percebi uma certa decepção em suas palavras com o
que eu disse - eu... você me fez sentir de um jeito que eu sempre desejei... Está
vendo essa marca aqui? – pegou meu tornozelo – eu só deixo essa marca em quem
me agrada...
-Isso
não faz de mim sua escrava sexual... faz? Porque se você está pensando em me
tratar assim vou logo dizendo...
Antes
que continuasse ele me deu um daqueles beijos selvagens, o que me fez reviver a
noite anterior e um desejo enorme de tê-lo dentro de mim se apoderou do meu
corpo. Sentir sua língua passeando dentro da minha boca, era demais, era
estopim pra todas as células do meu corpo. Sentir sua excitação era
enlouquecedor, aliás, saber que ele não disfarçava isso, era muito difícil de
descrever, pois até então, eu jamais me senti tão desejada.
-Adoro
seu atrevimento! Não quero que fique com mais ninguém! –Uau! Como ele estava
excitado... -Eu volto dentro de dez
dias. Diga que você vai me esperar! Diga! – falou com a boca junto a minha. -Eu
tenho como saber se você ficou com alguém... –explodiu exasperado.
-O
quê? – me afastei dele – Você não está pensando em me controlar, está? Colocou
capangas pra me vigiar? É isso que você está querendo dizer com “eu tenho como
saber se você ficou com alguém...” porque se você fez isso, eu recomendo que
pare já com isso. Eu detesto ser controlada!
-Se
saiu muito bem ontem à noite sob meu controle! –rebateu e sua voz saiu muito
sensual. Merda! Ele já faz idéia do poder que causa em mim.
-Aquilo
não tem nada a ver com o que você está propondo! –respondi confusa.
-Controle
é controle e eu sou obcecado por isso. Eu gosto de estar no controle em todos
os sentidos. E os seguranças são pra sua própria proteção. Você é um perigo pra
si mesma, Elise! Confie em mim. Eu conheço uma caçadora de longe.
“Perigo
pra si mesma” o que esses homens pensam que eu sou? – vociferou meu inconsciente.
Ouvir essa frase duas vezes, no mesmo dia, me deixou desconfiada comigo mesma.
-Não
aceito ser controlada dessa forma. E se isso não te convence, não temos mais
nada pra conversar! – desafiei-o. Nunca me senti tão segura, até eu mesma estranhei
a segurança repentina. Uma hora eu estava desconfiada e em outra eu estava
segura? Que merda é essa agora? Esse homem estava mexendo com os meus sentidos
demais.
Antony
não escondeu sua insatisfação e fechou a cara. Estava muito zangado comigo.
Aprendi com essa que ele detesta ser contrariado. Respirou profundamente,
levando uma balão inteiro de oxigênio para os pulmões.
-Tudo
bem se é assim que você quer. Eu posso abrir uma exceção. Diga quais são suas
regras. – por essa eu não esperava. Que ele me queria, disso eu não tinha mais
dúvidas.
-Regras?
– achei que ele fosse embora imediatamente e aí ele vem com essa de “regras”.
Tudo bem posso fazer isso. Vamos testá-lo. –OK! Sem relacionamento, sem
envolvimento, sem controle excessivo, sem cobrança, só diversão, só sexo
selvagem! – falei quase sem respirar.
-Ora,
ora senhorita, essa fala deveria ser minha! –falou e abriu aquele sorriso de
foder com os meus sentidos já abalados.
-Mas
é minha! –Isso não era justo. Que homem mais gostoso é esse? E está aqui, e eu
estou seminua na sua frente? Pelo amor de Deus alguém me acorde!
-Está
me provocando senhorita? Porque se o estiver fazendo, recomendo que não vai
gostar do meu outro lado. –se aproximou e eu recuei. –Droga pare de fugir! – eu
estava realmente assustada com aquelas palavras e com aquela cara.
Dito
isso, alcançou meu pulso, me puxou pra si e novamente abriu meu hobby.
-Deus!
Como eu a quero aqui e agora! Quero mostrar-lhe quem manda aqui! Quero te foder
até você entender que não manda mais em seu corpo!– e me beijou enquanto suas
mãos percorriam meu corpo. – Ah essa bunda! Essas coxas! Essa cintura! Quero
arrancar essa sua calcinha com os dentes... Mas, não tenho tempo!
-E
eu ainda estou dolorida. –respondi ofegante. Meu corpo realmente estava
dolorido, principalmente meus lábios.
-Prometa
que não vai ficar com ninguém! Prometa! –havia uma pontada de súplica em suas
palavras.
Sorri
e a dúvida foi a deixa pra ele perceber que prometer aquilo seria deixá-lo no
controle e eu era diferente do tipo de mulher que ele queria.
-Vejo-a
dentro de alguns dias, Elise! – falou finalmente dominado pelo cansaço. Aquela
conversa não ia levar a lugar nenhum.
-Até
Antony!
E
ele se foi.
********
Mais
tarde no shopping, Gilian e eu batemos pernas até por volta das quatorze horas,
quando enfim encontramos os presentes e fomos almoçar. Logo depois iríamos ao
salão.
-Gilian...
-antes que eu terminasse a frase o meu celular vibrou: uma mensagem do Antony.
– Meu Deus até onde vai a invasão desse homem?
-Quem
é? Antony?
-Sim,
como ele descobriu meu número? Acho que fiz uma grande besteira... ele está transformando
tudo num grande arrependimento...
-O
que diz a mensagem?
“Deveria
ter fodido você mesmo dolorida naquele sofá, assim não estaria com tesão até
agora.”
-Meu
Deus Elise eu estava lá...
-Por
isso que não permiti...
-Afaste-se
dele imediatamente... não é uma influência legal pra você. Sinto isso!
-O
fato é que meu corpo age involuntariamente quando ele o toca, Gilian. Não sei o
que fazer e ele sabe exatamente o que faz. Ele já sabe que não consigo resistir
muito tempo e minhas desculpas acabam mesmo antes de começarem. Eu fico muda...
-Eu
sei o que é isso. Já me senti assim, ou melhor alguém já me fez sentir tudo
isso: olhar, toque, respiração, calor, voz e já era... simplesmente não dá pra
resistir e a gente acaba ficando irracional, como se nosso inconsciente pulasse
fora do corpo e nos braços desse alguém, ficasse apenas um corpo em chamas e
sedento do que o prazer mais louco possa proporcionar. Como uma droga que te
faz girar, girar e ansiar mais, mais e mais.
-Uau!
É exatamente assim que eu me sinto nos braços do Antony.
-Elise...-
senti alguém chamar-me e aquela voz eu conhecia muito bem e com relutância
virei-me.
-Marcelo!
–ficamos nos olhando...
Ele
foi até outra mesa e pegou uma cadeira e sentou-se conosco sem pedir licença e
enquanto fazia isso fiquei observando-o: estava magro, com a barba por fazer e
o cabelo também precisava de um corte. Ele realmente não estava bem. Eu o conhecia
bem.
-Você
está linda! – ele disse. Acho que senti uma pontada de emoção em sua voz.
-O
que você está fazendo aqui? –perguntei.
-Não
é um mundo pequeno nos encontrarmos aqui, nesse lugar tão grande! – não respondi
ao seu comentário.
-Gilian,
esse é Marcelo meu ex-marido! Gilian é um amigo.
Gilian
olhou pra mim surpreso e cumprimentou-o formalmente.
-Acho
que vou ao banheiro, volto daqui a pouco. – disse Gilian percebendo o quanto eu
tinha ficado abalada.
-Não,
Gilian você não precisa ir se não quiser. Fique por favor!
Gilian
permaneceu sentado, entendendo minha exasperação.
-Como
vai o escritório? –perguntei, como ele não fazia menção de ir embora.
-Mal.
Perdi quatro clientes importantes. Melody não tem o mesmo carisma que você ao
tratar os meus clientes.
-Devia
tê-la mandado foder com eles. Ela parecia ser bem eficiente nesse aspecto! – ri
pra ele, mesmo que forçado.
-Eu
seria capaz de fazer qualquer coisa pra ter esse sorriso de volta só pra mim.
Você nunca vai me perdoar, não é?
-Não!
Achei que isso tivesse ficado bem claro lá no fórum. Vá embora! – senti sua
tristeza e eu sabia que ele não estava bem.
Ele
suspirou e tentou tocar-me no queixo, mas antes de alcançar-me eu me desviei de
seu toque.
-Você
nunca mais vai tocar em mim. –disse.
Acho
que percebi um brilho de lágrima cintilar em seus olhos quando falei isso e uma
tristeza invadiu seu rosto. Foi doloroso ver isso nele...
-Foi
um prazer revê-la e desculpe se a perturbei. Foi um prazer conhecê-lo, Gilian.
– apertaram as mãos e ele saiu.
Quando
ele ia a uma certa distância, Gilian falou enfim:
-O
que foi aquilo? Que tensão sexual carregada!
-Tensão
sexual carregada? Esse homem não tem tensão nenhuma. E me pergunto se ele é
realmente de carne e osso. Parece-me mais de borracha.
-Por
que tanta frieza com ele? O homem é um deus grego.
-Ele
me traiu com a nova estagiária do seu escritório de advocacia. Fomos casados
por dois anos e um belo dia resolvi fazer uma surpresa ao meu belo marido e
quando entrei sem bater, como sempre fazia, ele estava mandando ver nela. Na
mesa!
-E?
-Fui
direto pra casa e peguei todas as minhas coisas e deixei-o.
-E
você não fez nenhum caso da cena?
-Não.
Nosso casamento não ia bem. Voltei a vê-lo dois meses depois no fórum para
assinar o divórcio.
-Por
que tanto tempo?
-Porque
ele queria tudo e me acusou de ter abandonado o lar. Abri mão dos meus direitos
e saí com minha liberdade. Não exigi absolutamente nada dele. E percebendo
isso, acredita que ele teve a cara de pau de dizer que não estava bem certo da
separação.
-Talvez
ele já percebesse a besteira que tinha feito. Ele ainda é louco por você. Dá
pra notar. Aliás, me pergunto quem não é?
-Sei
que isso é pra eu me sentir melhor, mas acredite, perdi até meu apetite.
-Elise,
você casada, não dá pra engolir isso.
-Por
quê?
-Da
forma como você se comporta... sei lá... seu jeito livre de viver a vida...
-Por
isso mesmo! Passei muito tempo presa a um casamento infeliz. Daí meu desejo de
viver intensamente, mas na verdade eu sempre fui assim... livre... sem
amarras... nunca gostei de tranças ou presilhas... laços e fitas... sempre fui
rebelde... meu espírito, às vezes quer pular fora desse corpo de tão sufocado
que ele se sente...
-Ah!
Por isso que às vezes dá pra perceber que quase acontece isso, principalmente
quando você está dançando...
-Essa
é a melhor parte da minha vida: a dança. Fiz balé clássico, dança
contemporânea, dança do ventre, jazz... era quando minha mãe conseguia
respirar, dizia ela... eu extravasava minha energia toda na dança...
Ótimo...Parabéns!bjaoooo
ResponderExcluirinteressante!
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