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-Por favor! Eu sou Elise Campelo e tenho
uma consulta marcada com o Dr. Kevin Schilling.
-Um minuto senhorita! Estávamos
aguardando a sua chegada. Por aqui!
Nossa muito rápido pra um consultório
ginecológico! –Pensei entrei no
consultório.
-Bom...Bom dia! Mauro? Acho que houve um
engano! –quase cai quando o vi. Acho que o sangue fugiu do rosto.
-Respire Elise, não houve engano nenhum.
Eu estava aguardando-a. Quer uma água?
-Sim...mas...
-Sou Mauro kevin Schilling. Kevin
Schilling era meu pai.
-Mas Gilian Spezatto...
-Meu pai morreu quando eu tinha seis
anos e Claire casou-se novamente com o pai do Gilian.
-Que brincadeira é essa? –ri.
-Desculpe, mas eu mal podia esperar por
essa consulta.
-Gilian sabia? Meu Deus! Eu mato aquele
babaca.
-Sim. Não fique chateada Elise. Foi só
uma brincadeira. Diga-me em que posso ajudá-la? –disse e saiu do outro lado da
mesa pra sentar-se na cadeira ao meu lado.
-Meu Deus Mauro! Por que não me falou
ontem?
-Você teria vindo?
-Acho que não! Sei lá, talvez. –ri nervosa.
-Queria vê-la novamente. –riu sensual.
Desviei o olhar. –Diga-me por que precisa de um ginecologista?
-Só quero trocar minha pílula porque a
que eu tomo me dá dor de cabeça.
-Só isso? Não quer que a examine?
-Não! Claro que não!
-Por que não?
-Porque estou bem! Só quero trocar a
pílula. Acredite!
Imagine só uma coisa dessas! Não mesmo!
Nem em sonho Dr. Mauro. Se bem que em sonho...
***********
-Pode deixar Teresa que eu abro!
-Olá! –Antony falou com uma cara
horrível de cansaço.
-Olá Antony. Que surpresa vê-lo tão
depressa! –Não fiz questão de esconder. –Entre!
Ele andou até o meio da sala, virou-se e
ficou me encarando. Muito sério. Sério demais pro meu gosto. Parecia até
chateado.
-Aconteceu alguma coisa? –ficamos frente
a frente. Eu estava apreensiva e meio nervosa, então coloquei minhas mãos pra
trás. Ele correu os olhos por meu corpo e perguntou:
-Está de saída?
-Não!
-Esperando alguém, então?
-Não! O que está acontecendo, Antony?
Você só ia voltar daqui uns cinco dias. De repente aparece aqui com essa cara.
Você está horrível! –Não está nada! Está lindo de morrer com essa barba por
fazer, sem gravata e o paletó jogado nos ombros. Era o seu jeito de olhar que
me incomodava. Por que ainda não me tocou?
-O que tem feito, Elise? –pisquei e
olhei-o desconfiada.
-Bem, eu tenho me divertido um pouco e
estudado bastante. –onde ele queria chegar?
-Conheceu alguém interessante? –levantou
uma sobrancelha. Adoro quando ele faz isso.
-Não! –Ah! Era isso então.
-Sente-se Antony. Quer beber alguma
coisa? –aproximei-me olhando-o nos olhos. Coloquei as mãos em seu peito e ele
suspirou. Estava muito tenso.
-Não! Quero tomar um banho! –afastou-se.
–Posso?
“Pensa
que vai me desviar do meu objetivo sua feiticeira. Não! Não dessa vez! Quero
levá-la pro quarto e dá-lhe uma lição.”
-Claro.
Por aqui.
-Vá
à frente! “Assim posso admirar seu belo traseiro e o seu jeito de andar. Não
vou tocá-la ainda. Quero que sinta falta do meu toque.”
Entramos
no quarto e ele fechou a porta atrás de si. Virei-me e lá estava aquele olhar
quente novamente. Lembrei da noite em que nos conhecemos. Não entendi porque
ainda não me tocou. Minha respiração estava ficando pesada demais. Ele colocou
o paletó e a gravata em cima da cadeira e abriu ainda mais os botões da camisa.
Tirou-a. Entendi seu jogo: está querendo me seduzir.
-Quer
ajuda? –perguntei atrevida.
-Não!
-“Ah! Elise você vai aprender a nunca mais me deixar zangado. Essa boca! O que
eu faço com essa boca? Quero fodê-la.”
-Quer que eu saia? -mais uma vez
atrevida.
-Você quer sair? –Nossa! Ele é mesmo bom
nisso.
-Não! –Já estava sem camisa, sem os
sapatos e as meias. Só de calça sem o cinto. Meu Deus! Ele quase me faz gozar
só em olhar pra mim.
Aproximou-se e agarrou minha bunda. Até
que enfim um toque!
-Vire-se. –obedeci. Eu agora fiquei com
essa mania de fazer o que ele queria. Meu corpo reagia mecanicamente. –Consegue
me abraçar assim? Prenda-me com suas mãos as minhas costas. Consegue?
-O que você está fazendo?
-Shhhh! Não solte viu!
De repente agarrou meus seios por cima
do tecido fino da blusa. Ah!
-Gosta dessa blusa?
-Sim!
-Então é melhor eu abri-la com cuidado.
E numa tortura implacável ele começou a
desabotoar os botões.
-Humm! Sutien com abertura na frente.
Adoro esses tipos!
Abriu-o também expondo meus seios.
Agarrou-os e começou a girar suas mãos por eles. Ah! Nos bicos, por favor!
Como se
estivesse lendo meus pensamentos, ele apertou-os entre os polegares e os
indicadores. Girando-os e puxando-os. Ah! Gemi. Retirei uma das mãos e passei
por sua ereção. Uau!
-Mãos para trás! –“Será que não consegue
obedecer uma única vez? Ah! Se eu tivesse algemas aqui.” –Não solte está
ouvindo?
-Sim!
-Você
tem seios lindos meu bem!
Sua
mão esquerda desceu até meu sexo e começou a massageá-lo. Nossa! Que delícia!
Enquanto a outra massageava meus seios.
-Isso
vai ser intenso demais! Portanto respire! É só uma questão de respiração,
entendeu?
-Sim.
–estava ofegante.
Tocou-me
mais profundamente acertando bem naquele pontinho. Ah! Gemi. Massageava e
tocava-me lá. Na terceira, concomitante ao seu toque mais profundo ele
esbofeteou um seio. Ahhhh! Puta merda! O que foi isso? Uma tapa? E massageava,
apertava e esbofeteava, revezando os seios. Ahhhh! Nossa eu estava muito
excitada com aquilo.
-Respire
Elise!
Por
que ele não tirou minha calça jeans? Não doía, por que a sensação provocada por
seu toque em meu sexo irradiava algo muito mais intenso que a dor provocada
pelas tapas. Comecei a ficar leve, minhas pernas viraram gelatinas e eu estava
prestes a gozar. Todos os meus sinais de alerta estavam ligados. A linha tênue
entre o prazer e a dor é algo que pode ser muito agradável. Mexe com todos os
sentidos e o cérebro fica em alerta. Na quarta tapa eu já havia aprendido a
respirar e a absorver a dor antecipando suas investidas implacáveis. Antony
tinha razão era algo muito, muito intenso.
-Vamos
Elise goze pra mim, goze! – e suas palavras eram estopim pra erupção de
sensações que formigavam em meu corpo.
Quando
ele tapeou e segurou o aperto muito, muito mais profundo, eu não segurei e...
Ahhhhhhh! De repente ele se soltou. Como
não estava sentido as pernas, desequilibrei-me e cai de joelhos no chão. O quê?
O que foi isso?
-Como
está se sentindo, Elise? -perguntou ofegante.
-Hã?
–estava atordoada sem entender, eu quase...
-Frustrada?
Tiraram algo que lhe pertence? Por que foi exatamente assim que me senti ao ver
você dançando com aquele babaca.
As
lágrimas inundaram meus olhos. Meu deus! Marcelo! Lembrei de todas as vezes que
transei com ele e nunca... nunca... ter o prazer negado por alguém insensível é
uma coisa, mas por crueldade! Como ele pode fazer isso comigo? Solucei! Entendi
que ele quis castigar-me por algo que tinha feito. Mas o quê? Queria
levantar-me dali, mas era como se eu estivesse colada ao chão. Humilhada demais.
“Que
droga! Por que ela não se levanta e vem implorar-me? Está chorando? Que merda!
Não era essa a reação que eu esperava.”
Juntei
forças e engatinhei até o banheiro. Sentei no chão junto à banheira e abracei
as pernas. Não conseguia conter o choro.
“O
que ela está fazendo? Fugindo? Não Elise, volte aqui! Que merda! Dessa vez você
passou dos limites Hill!”
-Ei!
Elise olhe pra mim!
-Saia
da minha casa! Não toque em mim!
Ele
veio e segurou meus braços. Empurreio-o.
-Afaste-se
de mim. Você nunca mais vai encostar em mim. –gritei entre as lágrimas.
“Não!
Isso não! Não tocar mais em você! Chego a me arrepiar só em pensar na idéia.
Ela está furiosa. Não consegue nem olhar pra mim.”
Ele
agarrou-me com força e beijou-me absorvendo meu soluço.
-Me
desculpe! Elise nunca mais farei isso de novo!
“Que
merda é essa agora Antony? Você sabe muito bem que a privação do prazer é o
castigo mais eficaz na dominação. Mas, não com ela. Elise é diferente. Ela
reagiu de forma estranha. Era um mistério. E estava muito furiosa. Melhor
fazê-la gozar rapidinho.”
-Largue-me
Antony!
-Não.
Deixe-me compensá-la, dando banho em você.
Ele
sabia o poder que suas palavras tinham sobre mim. Estar daquele jeito em seus
braços, com ele me segurando e olhando com uma cara de arrependimento... Não,
eu não podia ceder. Dessa vez ele tinha ido longe demais. Ele, com certeza
estava falando do Mauro. Tirei seus braços de mim e encarei-o.
-Eu
saí, sim com um amigo. Fomos jantar e dançamos. Foi uma noite muito agradável.
E você não tem o direito de agir como um louco alucinado, achando que é meu
dono. Ou que eu lhe devo obediência. Já chega de bancar o insensato. Vamos
resolver isso agora. –falei entre as lágrimas.
-Ótimo.
Eu sei o que eu quero. Quero você inteira só pra mim. Não suporto a idéia de que
outro possa tocar em você. Possa sentir seu cheiro. Ter sua atenção...
-Você
está se ouvindo? Pelo amor de Deus! Se isso não for loucura eu não sei mais o
que é. -interrompi-o.
-A
verdade é que eu não sei direito o que sinto por você. Você desperta minha
fúria, meu desejo e o que há de mais louco em mim.
-Você
me assusta! Depois do que aconteceu, não sei se vou confiar em você novamente.
Se vou relaxar com você...
-Não
Elise, não pense assim. –Vi o terror passando por seu olhar. –Deixe-me prová-la
que posso levá-la aos lugares mais inexplorados do prazer. Confie em mim. Dê-me
uma chance.
E
foi se aproximando lento e sensual. Tomou-me em seus braços. Tirou minha blusa
e o sutien. Abriu o botão da calça jeans. Abaixou-se e tirou meus sapatos.
Tirou a calça bem devagar. Sempre olhando em meus olhos. Por que eu não
conseguia resistir a ele? Por que não conseguia me mexer? Ele simplesmente me
enfeitiçava... Queria senti-lo novamente. Esse homem me proporcionava as
experiências mais intensas que eu jamais havia imaginado. Sempre achei que
tivesse renegada ao mundo da insensibilidade, que nunca sentiria o que minhas
amigas falavam ou o que a literatura vendia, como romances perfeitos, amantes
perfeitos e amores eternos.
Ele
me fazia acreditar que de alguma maneira eu poderia experimentar algo muito
mais profundo e isso me deixava bastante curiosa. Sem contar nas sensações que
vibravam todo o meu corpo me deixando cada vez mais viva. Muito viva.
Tirou
minha calcinha e suspirou. Essa foi a única vez que seus olhos deixaram os
meus. Olhou-me inteira. Eu não sentia vergonha nenhuma quando estava com ele
-Se
você fosse minha, estaria proibida de andar vestida ou de sair da minha
cama! -Uau! Meu Deus! Que tipo de louco
seria capaz de manter uma mulher assim! Será? Uma onda de frio correu pela
minha coluna até a minha nuca. Pânico?
Talvez! Ansiedade pelo o que ele era capaz de proporcionar-me? Suas palavras
incendiavam-me e confundiam-me.
-Você
vai entrar assim de calça? –perguntei olhando pra ele ainda vestido, com um ar de
riso.
-Está
rindo de mim Senhorita Campelo? Você sabe do que eu sou capaz, não sabe?
-Você
não se atreveria novamente! –comecei a entrar em pânico.
-Não,
eu prometi que não! Mas existem outras formas de castigá-la senhorita.
-Você
não se atreveria novamente! –comecei a entrar em pânico.
-Não,
eu prometi que não! Mas existem outras formas de castigá-la senhorita.
Tirou
a calça entrou no chuveiro comigo. Não sei se foi impressão minha, mas as
palavras “outras formas de castigá-la” deixaram transparecer satisfação em seus
olhos. Será que ele curte esse tipo de coisa?
Ele
pegou a esponja colocou sabonete líquido e começou a ensaboar-me. Primeiro o
pescoço, braços. Me puxou pra si e afastou meus cabelos molhados ensaboando a
parte de cima das minhas costas. Eu estava bem junto dele e dava pra sentir sua
ereção aumentando. Seu cheiro. depois ele começou a ensaboar meus seios,
delicadamente, para que eu sentisse a fricção da esponja na minha pele. Os
bicos intumesceram-se e eu suspirei. Aquele com certeza, era um dos meus pontos
fracos e ele já sabia disso porque concentrava-se em me torturar muito nesse
local.
-Acho
que precisa ensaboar aqui! –com o ponta da esponja bem no bico. E ainda fazia
isso mordendo o lábio. –Aqui! –desceu pra minha barriga. Numa ato involuntário
contraí-a. Suspirei. –E definitivamente aqui! –No meu sexo! Passou a esponja
por toda a área até alcançar bem atrás. Prendi sua mão com as coxas. Eu já
estava respirando com dificuldade.
-Acho
que aí precisa do senhor! –Não estava mais aguentando.
Ele
enrolou meu cabelo em sua mão e puxou minha cabeça pra si. Esse ato grosseiro
me deixava muito excitada. A água do chuveiro sobre nós. E beijou-me. Nossas
línguas encontraram-se e ele chupava como se do meu gosto dependesse sua vida.
Mordia meus lábios e começava tudo de novo. Era difícil acompanhá-lo porque ele
era feroz demais. Era melhor se entregar e deixá-lo fazer o que bem entendesse.
Depois encostou-me na parede e foi descendo os lábio pelos meus seios.
Sugou-os. Ah! É disso que eu gosto. Mordeu-os. Gemi e mostrei meus dentes pra
ele. Ele riu. Desceu pela minha barriga. Levantou uma das minhas pernas e
começou a me torturar com sua língua. Pra cima e pra baixo. Circulando.
Pressionando. Prendendo. Minha nossa eu me debatia contra a parede e movimentava
meus quadris de encontro a sua boca. Ele tentava prender-me parada junto à
parede com uma mão agarrando minha cintura.
-Por
favor, Antony, eu quero você! Agora!
-Diga
como você quer Elise! Vamos diga-me. –falou com sua boca de volta junto a
minha. Dava pra sentir meu gosto em sua língua.
-Com
força!
Ele
me pôs em seus braços e eu montei nele em pé. Em seguida me penetrou bem
devagar. Nossa que homem forte! Quando pude senti-lo dentro de mim. Todo.
Segurei em seus ombros e comecei a subir e descer. Cada vez que descia ele
estocava com força. Entrando com tudo dentro de mim. Era assim que eu queria.
Daquele jeito. Essa posição proporcionou ondas de prazer cadenciadas. E
novamente estava lá, a sensação entre o prazer e a dor. E eu estava controlando
com a respiração. Ele prendeu-me junto à parede e estocava mais rápido e com
força. Eu gritava enlouquecida.
-Vamos
Elise goze pra mim! Quero ouvi-la! Agora!
-Antony!
-gritei seu nome num gozo surpreendente, arqueando a cabeça pra trás.
-Elise!
–ele se derramou dentro de mim, maior e mais grosso.
Nossos
rostos se encontraram e nossas bocas casaram o ato.
-Minha!
Está ouvindo! Minha! Você é minha!
Ele
saiu de dentro de mim e com cuidado ajudou-me a colocar um pé no chão. Depois o
outro. Abraçou-me e disse:
-Está
satisfeita?
-Eu
nunca vou ficar satisfeita com você! Senhor Hill!
-Meu
deus uma SEXHOLIC!
-Acho
que uma HILLHOLIC, pra ser mais precisa. –Rimos.
Terminamos
nosso banho. Enrolou-me numa toalha e enrolou-se em outra. Ele ainda estava
excitado.
-Venha,
vamos comer estou faminto!
-Vamos
almoçar aqui. Depois a gente volta pra cama e testa sua teoria. –passei os
dedos pelo cós da toalha que estava bem abaixo da sua cintura.
-Que
teoria?
-A
de eu ser uma sexholic!
-Disso
eu não tenho a menor dúvida. Você fala e age como uma sexholic. Mas, eu estava
pensando em fazer umas comprinhas com você. Quero levá-la pra jantar.
-Está
me convidando pra sair Senhor Hill?
-Sim.
A senhorita aceita?
-Acho
que o Senhor sabe usar de armas pra me convencer! –pisquei meus olhinhos.
-Meu
Deus! Ela é insaciável! –fingiu horror!
-Ainda
é cedo! A gente pode ir mais tarde! Ok?
-Como
a senhorita quiser! Estou aqui pra servi-la.
“Como
é a conversa Hill? Servi-la? Não era pra ser ao contrário? Eu não estou me
reconhecendo mais... estou falando coisas que jamais falaria pra uma mulher...
pra uma escrava... você já quebrou regras demais seu babaca.”
*********
“Olha ela ri enquanto dorme! –Antony! –e
fala também. Bom saber que é meu nome que ela fala. Elise! Rosto perfeito.
Nariz arrebitado, que fica muito mais empinado quando está me desafiando. E
essa boca. Meu deus! Eu não canso de beijá-la. E esses olhos azuis. Parecem tão
brilhantes. Tão inocentes! Não se engane seu babaca. E ainda tem algumas
sardas, bem pequeninas, como eu não as tinha percebido antes? O que você quer
de mim? Não é meu dinheiro! Não depois do que vi em sua conta bancária. E ainda
tem o seu ex-marido. Que tipo de idiota poderia tê-la perdido depois de ser seu
dono. Babaca. Isso é um jogo injusto Hill! Você sabe tudo dela e ela não sabe
nada de você. Do tipo de vida que você leva. Do que faz com garotas como ela.
Não como ela! Absolutamente! E eu não sabia muito dela. Ela ainda era um
mistério. Um delicioso mistério. Principalmente pela sua reação ao castigo da
privação.”
-Oi!
-Dormi muito? Você me cansou dessa vez!
-Até que enfim! Mais ou menos uma hora.
-Você não dormiu?
-Preferi ficar observando-a.
-Ah! Minha nossa, não vá me dizer que eu
ronco. Eu não suportaria ouvir isso de você.
-Ah! Mas ronca sim. –riu.
-Não ronco não!
-Não, não ronca. Mas fala e ri.
-E o que eu disse? –Marcelo sempre dizia
que eu falava. Será que ele também ficava me olhando? Por que eu estou
lembrando daquele idiota?
-Isso eu não confesso nem sob tortura.
-Ah é? Vamos ver! – e pulei em cima
dele.
**********
-Você está linda com esse vestido. E
esse cabelo assim. Só está faltando um coisa.
Dizendo isso, ele tirou uma caixa de
veludo do bolso do paletó e me entregou. Era um colar em ouro branco com um
pingente simbolizando o infinito, com uma das voltas cravejada de pequenos
brilhantes. Acompanhado dos brincos. Pequenos pontos de luz de brilhante. Nossa
era muito delicado.
-Antony! É lindo!
-Deixe-me colocar.
***********
Não sei dizer o porquê, mas ele preferiu
ir dirigindo meu carro. Aproveitei e coloquei Duran Duran “A matter of
feeling”.
-Está querendo me dizer alguma coisa
senhorita?
-Não! Só gosto da música! –ri
desconcertada.
-Ah! Também gosto dessa música.
**********
Chegamos ao restaurante e fomos direto
pra mesa. Não pude deixar de perceber a forma como uma loira com cabelos, em
estilo Chanel encarou Antony e como ele ignorou-a.
-Vocês se conhecem?
-Quem?
-Aquela loira lá servindo a mesa dos
fundos.
-Não. Elise não a conheço. Estava
olhando o quadro naquela parede.
-Ah! –vou fingir que acredito. Meu bem foram
dois anos de experiência. Eu linda de morrer ao lado e ele ainda me humilhava
devorando as outras mulheres com os olhos.
Roberta Flack cantava “And so it goes”
ao fundo, num som bem ambiente. Era um lugar muito agradável. Fizemos nossos
pedidos e eu pedi licença pra ir ao toilet.
-Não dá pra esperar? –ele queria
controlar até minha bexiga?
-Não! Às vezes você é tão frustrante,
Antony!
-Só não quero ficar sozinho feito um
babaca!
-Preferia que você tivesse dito que ia
sentir minha falta. –fechei a cara.
-Se é pra ficar assim é melhor ir. –dá
pra entender?
-Eu volto rapidinho! –soltei um beijinho
e ele sorriu.
***********
Quando abri a porta do banheiro dei de
cara com a loira. Ela analisou-me indiscretamente. Ignorei-a e fui direto fazer
o que tinha que fazer. Ao sair, ela ainda estava lá esperando-me.
-Aquele é o Antony Hill, não é?
-Você já sabe que é porque pergunta?
–Meus instintos nunca me enganam.
-Você é a nova escrava?
-Não faço idéia do que você tá falando!
-Claro que faz! Só está fugindo as
regras. Ele nunca sai com morenas. São sempre loiras de olhos azuis.
Ela falava e eu retocava a maquiagem
atenta, mas fingindo desinteresse.
-Eu também ganhei um colar desses. Ele é
muito generoso com suas escravas. Só que o meu, eu vendi. Sabia que dá pra
compra um carro com essa coisinha aí.
-Com licença!
-Por favor eu quero te dizer algumas
coisas sobre ele.
-Você está maluca. Eu não estou
interessada no que você tem a dizer.
-Daqui a alguns meses você também vai
estar maluca, porque ele simplesmente vai se cansar de você e arranjar outra. E
começar tudo de novo. Foi assim comigo, e com todas as outras.
-Que merda é essa?
-Só vou te fazer um favor e te dar um
pára-quedas pra que você não caia de cabeça.
-Com licença! Acho que você está lendo
livros demais.
-Senhorita ele tem uma obsessão por uma ex-namorada chamada Marianne. E daí ele quer que todas nós fiquemos
iguais a ela. Olhe só: a mesma cor do vestido e o mesmo penteado. Ela sempre
usava coques.
-Não tenho nenhum interesse em ficar
loira!
-Nem eu tinha! Mas, quando voltamos de
Manhattan até minha sobrancelha estava loira e eu não me reconhecia mais. Acha
que esses olhos são verdadeiros? Esse colar é seu símbolo. É uma coleira na
nossa linguagem. Cada dominador tem seu símbolo. Ele faz parte de um grupo...
-Por que você está me contando tudo
isso?
-Já falei! Ele é um amante excepcional.
Vai testar todos os seus limites. Você vai fazer tudo o que ele quiser e quando
menos esperar vai estar totalmente dependente desse homem.
-Isso é loucura! Com licença!
Saí
sem sentir que estava pisando no chão. Meu Deus o que foi isso? Será?
-Aconteceu alguma coisa?
-Não, nada. –ignorei-o.
Praticamente empurrei a comida garganta
abaixo. Olhava-o atentamente, tentando encontrar um vestígio. Quer vestígio
maior do que ele fez hoje com você? –repreendia meu inconsciente. Castigando-me.
Meu Deus!
Dessa
vez Roberta Flack cantava “You are everything”.
-Gostaria de dançar essa música com
você! –ele disse. –E afastar qualquer coisa que esteja te incomodando. Abraçá-la,
depois levá-la para casa e fazer amor com você.
-Pare! Por favor! Podemos ir pra casa,
estou com dor de cabeça. –estava muito tensa. E os olhos marejando.
-Sim, claro. –olhou, analisando-me. Acho
que meio preocupado.
Saímos do restaurante e estávamos na calçada
esperando o manobrista trazer o carro. Ele abraçou-me e pousou seus lábios
sobre os meus.
-Já estava com saudades dos seus beijos,
do seu cheiro. –e me abraçou bem forte. Dessa vez não pude conter as lágrimas. –Elise,
o que está acontecendo?
-Nada, só quero ir embora!
*********
Quando chegamos ao hotel, ele levou-me
para o quarto. Entramos e ele continuou calado, observando-me. Eu não podia
permitir que ele fizesse isso comigo. Afastei-me e comecei a tirar a roupa. Ele
observava de longe se divertindo, abrindo um meio sorriso daqueles, mas eu
estava furiosa. De repente comecei a rasgar as roupas, o vestido, a lingerie,
as meias. Tirei os sapatos e joguei em sua direção. Fiquei totalmente nua na
sua frente.
-Elise, o que significa isso?
Peguei minhas roupas e vesti-as. Ele tentou
se aproximar.
-Fique longe de mim! –ameacei-o.
Tirei os grampos do cabelo, deixando-os
cair sobre os ombros. Tirei os brincos e por fim peguei o colar com as duas
mãos e arranquei do pescoço. Joguei em seu peito. Ele me olhava horrorizado com
o que estava vendo. Mas, eu estava dominada por uma fúria muito grande.
-Vá procurar outra idiota pra bancar sua
Marianne. –peguei as chaves do meu carro e saí.