domingo, 20 de janeiro de 2013

Capítulo 12



12

        No elevador...
        De repente comecei a ri descontroladamente e aquele sorrisinho de triunfo desapareceu do rosto do Antony, dando margem a uma expressão de incredulidade.
        -Qual é a piada Elise? –disse ele.
        -Nós!
        -Você está dizendo que nós somos uma piada?
        -Nós estamos uma piada.
        -Ah, por favor!
        O elevador abriu-se e vários olhares impacientes viraram-se para nós, só que desta vez era eu quem estava sorrindo e Antony estava carrancudo. É tão fácil tirá-lo do sério. Preciso lembrar-me disso mais vezes.
        -Ah, vamos lá Antony! Você tem que concordar comigo.
        -Eu ainda não vi motivo pra virar uma piada! –disse fingindo-se magoado.
        -Ok! Embora meu traseiro ainda esteja ardendo, foi muito engraçado o que você fez lá dentro.
        -Não era pra ser engraçado!
-Mas pra mim foi! Eu nunca apanhei na vida! Acho que foi uma reação particular a algo novo. Além do mais, olhe só pra mim, estou muito bizarra com essa roupa!
-Eu acho que você está incrivelmente sexy. Deliciosa. E decididamente você não deveria reagir assim! Você estava sendo castigada.
-Eu estava mais concentrada no que sua outra mão estava fazendo. Aquilo sim era torturante.
-E agora reage rindo. Desafiando-me. Você sempre faz isso. –falou ignorando meu comentário.
-Faço o que, Antony?
-Desafia-me o tempo todo.
-Não é de propósito. Você queria que eu reagisse como?
-Ficasse quieta e me obedecesse. É assim que uma escrava se comporta.
Dou uma gargalhada.
-Está vendo! Você fez de novo!
-Meu Deus, Antony! Eu faço tudo o que você quer.
-Mas, ainda não se entregou totalmente.
Ah!
Acho que ele está falando da submissão, das escravas sexuais. A temperatura baixou e o sorriso sumiu do meu rosto. Esse assunto era muito delicado pra mim. Chegamos à recepção e ele pediu meu trench coach e antes que o funcionário muito atencioso fizesse menção de colocar em mim, ele antecipou-se e pegou o casaco de suas mãos e vestiu-me. Fechou os botões e apertou bem o nó do cinto, cobrindo-me finalmente. Esqueci o quanto ele era exageradamente, hum, superprotetor. Ha!
-Assim está melhor! –disse enfim, com aquele sorrisinho malicioso no rosto. Sorri de volta. Ah! Meu amante perfeito, tão inconstante como as ondas do mar.
Quando chegamos à saída, Mathew já esperava com a Mercedes estacionada. Entrei primeiro e ele acomodou-se ao meu lado. Assim que o carro arrancou, Antony apertou um botão e uma tela escura subiu, separando os bancos da frente e os de trás. Uau! Ele puxou-me para seu colo e beijou-me apaixonadamente. Segurei sua cabeça com as mãos entre seus cabelos, sorvendo aquele beijo carente e selvagem. Suas mãos agarraram meus seios, apertando-os, gemi e elas desceram pros quadris e bunda. Estávamos com muita saudade um do outro. Sua língua explorava minha boca buscando a minha.
Quando nos separamos, estávamos ofegantes.
-Não faça aquilo novamente!
-O quê?
-Não se vá! Não se afaste de mim. Você não imagina como todos esses dias viraram um inferno.
-Olhei em seus olhos. Ele encostou sua testa na minha e esfregou seu nariz no meu. Em seguida sentiu meu cheiro passando-o pelo meu rosto. Fechei os olhos e entreguei-me aquele ato carinhoso. Comecei a fazer o mesmo com ele e sua barba arranhou minha pele sensível provocando choquinhos. Segurei seu rosto entre as mãos. Ele estava com os olhos fechados e sem que eu esperasse, ele pegou-me admirando seu belo rosto e quando nossos olhos se encontraram ele sorriu.
-Antony, eu... eu... –“te amo” queria dizer, mas as palavras ficaram presas na garganta.
-O quê Elise? O que você quer? Farei o que você pedir!
-Diga o que eu quero ouvir!
Ao ouvir aquilo seu rosto anuviou-se de uma forma muito triste, para em seguida, se fechar naquela velha expressão fria e sombria.
Oh! Meu amante perfeito está novamente travando aquela luta interna contra seus sentimentos. Tenho vontade de castigar esse Antony sombrio e triste. Esse homem desconfiado e que tem medo de se entregar. Quem fez isso com você? Quem te deixou assim? Marianne?
-Pare de me olhar assim, Elise!
-Não gosta quando olho assim pra você?
-Parece que está vendo minha alma!
-E isso é ruim?
-Não sei. Você me confunde!
Acariciou meu rosto com seu indicador. Sorriu. Sorri de volta.
-Você me desarma sorrindo assim, mas acho que você sabe disso. Não é? –entregou-se.
E você me desarma quando vira a cabeça de lado e me olha atravessado com um meio-sorriso. Muito gato! E quero que seja meu! Mas, você está fugindo como sempre... levando a situação para seu território seguro, onde só você é capaz de comandar tudo do alto do seu trono inacessível. Ele olhou pela janela e falou alguma coisa pro Mathew, mas eu não consegui ouvir muito bem estava muito distante dali.
-Sim, Senhor Hill!
Fiz um movimento pra sair do seu colo, mas ele impediu-me.
-Fique aí. Estava sentindo-me leve e vazio demais e você devolve meu peso.
Nossa!
Aninhei-me em seus braços com a cabeça em seu ombro.
-Posso tirar essa peruca?
-Não! É seu castigo! –riu.
-Ah, por favor Antony! –ri também.
-Não! Está linda também ruiva.
-Quer que eu pinte o cabelo? –provoquei-o.
-Quero você do jeito que for!
Hum!
E ficamos ali, assim juntinhos todo o trajeto até o restaurante. Uma vez ou outra ele beijava minha testa e eu oferecia meus lábios, que ele aceitava pousando um beijo terno e apaixonado. Eu estou completamente apaixonada por este homem. Sei que ele sabe disso, mas e ele? O que sente por mim? Meu coração diz que não estou sozinha.
-Eu te amo Antony! –digo baixinho em seu pescoço.
Sinto seus músculos enrijecerem, mas ele não responde nada. Fica quieto e eu sinto uma vontade enorme de chorar. Estou envergonhada da minha precipitação. Não tenho coragem de encará-lo e minha garganta sufoca-me.
Finalmente o carro estaciona e eu levanto a cabeça e acontece o encontro de olhos azuis assustados com olhos azuis tristes. A temperatura cai cada vez mais entre nós. Sorriu apenas. Ele sorri de volta.
-Com fome? –pergunta apenas.
-Acho que sim. –não estou não. Estou com o estômago embrulhado demais, sem contar com o bolo que está em minha garganta.
-Venha Elise, eu sou sócio deste restaurante. E o chef é um grande amigo meu. Gosta de menu francês?
-Sim.
Pierre foi muito atencioso e nos atendeu pessoalmente. Ele disse que eu tinha olhos encantadores e segurou o olhar mais do que devia enquanto beijava minha mão. Sorri apenas. Olhei pro Antony que estava perdido em algum nevoeiro do seu mar revolto. Nossos pedidos chegaram um pouco demorados demais, mas finalmente deliciamos um bom vinho francês. Procurei seu olhar e encontrei olhos azuis fugitivos.
-O que foi Antony? O que eu disse deixou-o incomodado?
-Vamos comer Elise, deixe isso pra depois.
Está fugindo de novo.
-O que você sente por mim?
-Depois Elise, depois!
-Não, eu quero ouvir agora!
Então ele solta os talheres furioso.
-Tudo bem o que você quer ouvir?
-Quê?
-É. O que você quer que eu diga?
Balanço a cabeça em negativa. Reviro os olhos.
-O que você esperava? Que diga que a ama também? Eu não nasci pra isso, meu bem! Amores! Paixões! Contos de fadas! Isso não existe no meu mundo. Não posso sentir isso! Não consigo sentir isso! Não nasci pra sentir isso!
Pelo amor de Deus alguém me acorde desse pesadelo! Desvio meu olhar pra comida e brinco com o garfo, distraindo meu cérebro e tentando filtrar tudo aquilo que acabei de ouvir.
-Diga alguma coisa Elise! –sinto seus olhos sobre mim, mas estou envergonhada demais pra encará-lo. –Vamos diga! –insiste ele.
-Como está seu salmão? –posso mostar-me também indiferente a ele.
Encaro-o e ele encara-me de volta tentando decifrar-me. Desvio novamente pra comida e levo uma garfada a boca.
-Hum! Delicioso!- comento enfim.
Ele vira a cabeça um pouco de lado, do jeito olha-como-sou-tesão, e começa a comer. Enquanto olha pra sua comida observo-o tentando decifrá-lo. Como alguém pode ser tão inconstante? Como alguém pode se julgar incapaz de amar outra pessoa? Minha nossa! Eu decididamente não conheço esse homem.
Pra ser sincera foi tudo muito esquisito durante o jantar e nos tratamos formal demais. Nem parecíamos com o casal que quase entregou-se a paixão há poucos minutos dentro do carro. Antony fez questão de agradecer o maravilhoso jantar a Pierre pessoalmente. E verdade seja dita, estava delicioso mesmo. Depois encaminhamo-nos a saída. Mathew como sempre estava a postos.
-Mathew pra minha cobertura. –disse Antony, enquanto ajudava-me a entrar.
-Não, Mathew. Primeiro deixe-me no hotel por favor! –eu falei decidida.
Antony olhou-me por um instante e Mathew aguardava um terceiro comando observando-nos pelo retrovisor.
-Como queira senhorita! Sim, pro hotel, Mathew. –disse Antony surpreso.
Quando chegamos ao hotel, Mathew desceu e abriu a porta pra mim. Antony saiu pela oposta.
-Mathew aguarde comando!
-Sim, senhor Hill.
-Vamos Elise! -parecia contrariado.
Entramos, peguei a chave na recepção e subimos pra minha suíte. Estávamos no elevador sozinhos e a lembrança de seu castigo reverberou por todo o um corpo.
-Droga Elise, olhe pra mim!
-O que você quer?
-Quero que olhe pra mim. –obedeci.
-Pronto. Estou olhando.
-Está brava comigo?
-O que você acha?
-Acho que você está exagerando! –disse e puxou-me pra si.
Suas mãos estavam no alto das minhas costas e os seus polegares acariciavam meus seios.
-Você não faz idéia do quanto estou com saudades de você! –disse com a voz embargada de desejo e sua boca procurava a minha.
Desvencilhei-me de sua boca faminta e disse:
-Não vai rolar!
-Quê?
-É isso aí. Não vai rolar!
-Vai negar-me o que me pertence?
-Quê? Você está se ouvindo? Pelo amor de Deus!
Chegamos ao andar de destino e o elevador parou. Caminhamos até a porta da suíte e numa virada ensaiada pelas mocinhas coloquei-me entre ele e a porta.
-Dê-me a chave! –ordenou com sua voz ríspida.
-Não!
-Sabe que não vai resistir, uma vez que eu estiver lá dentro, não é?
-É! Por isso também.
-Por que lutar contra isso? –e fez um gesto circulando o indicador pro vão entre nós.
-Porque preciso mais do que isso!
-Por quê?
-Porque eu sou assim. Eu nasci assim. Eu só consigo assim. Do contrário me sinto vazia.
-Você é  muito perspicaz, senhorita! –disse reconhecendo suas palavras nas minhas.
-Sou sim Antony. Não me subestime!
-Eu nunca fiz isso! –silenciou, olhou-me bem nos olhos e disse: -Bom, acho melhor eu ir, já que você está dispensando-me. Boa noite Elise!
-Boa noite Antony!
E encaminhou-se pro elevador sem olhar pra trás. Fiquei observando-o parada junto à porta da suíte. O elevador abriu-se, ele entrou, virou-se apertou o botão e olhou-me. As portas fecharam-se e ele se foi. Entrei, fechei a porta, escorei-me nela e fui escorregando até o chão. Estava esgotada. Tirei a peruca e os saltos. Meu inconsciente recriminou-me dizendo que eu havia me exposto demais, talvez eu o tenha assustado com as minhas palavras...

***********

Acordo com o celular tocando. Mathew. 1:15 da manhã horário local. Ah! Meu Deus! Será que aconteceu alguma coisa? Meu coração dispara. Um acidente? Essa não!
-Alô Mathew!
-Desculpe senhorita, incomodá-la a essa hora, mas eu não sei mais o que fazer.
-O que aconteceu, Mathew? Fale de uma vez!
-Estamos aqui embaixo, no bar do hotel. O Senhor Hill está muito bêbado e não quer ir embora.
-Ah! Que infantil! Já vou descer!
-Obrigado senhorita.

***********

Quando desci até o bar encontrei-o sentado de mau jeito em uma cadeira, o cabelo revolto e imagino quantas vezes ele não passou as mãos por eles. Assim que me viu, acho que ele baixou os olhos envergonhado, mas logo voltou a encarar-me.
-Eliishh.... –minha nossa!
-Muito adulto Senhor Hill! –falei com os braços cruzados.
-Eliishh... eu não vou a lugar...nenhum...hummm...até voshê me ouvir. –Minha nossa!
-Tudo bem, senhor-enrola-língua. Seu português não é lá essas coisas e bêbado assim, está bizarro. –Mathew engasgou o riso.
-Preshisho falar com você!
-Sim lá em cima! Mathew ajude-me a levá-lo até o elevador.
Foi uma luta pra conseguir chegarmos ao elevador. Dispensei o Mathew e subi sozinha com ele até a suíte. No elevador tive que abraçá-lo pra ele não cair. E mesmo assim balançava-nos. Nossa! Ele devia estar pesando uns cem kilos.
-Que merda Elishh! Cacete! Não acredito que você me dispensou!
-Shhhh! Amanhã a gente conversa sobre isso.
Abracei-o pela cintura e ele pendeu seu peso todo sobre mim. Senti seu cheiro. Ele era tão gostoso! Meu Deus! Como posso desejá-lo tanto? Tenho vontade de devorá-lo. Chega a ser carnal o que sinto por este homem. Entramos e ele praticamente se jogou na cama. Tirei seus sapatos, cinto. Seu paletó já havia sido retirado no elevador. Desabotoei os botões da camisa. Ele sentou-se e eu retirei-a. olhei pros pelinhos espalhados no alto do peito. Tive vontade de tocá-los, de enterrar meu nariz neles, deixando-os fazer cócegas em meu rosto e sentir seu cheiro. O “cheiro Antony” que sempre está aqui, mesmo após o banho, sob qualquer colônia que ele use. Quando olhei pra ele, encontrei-o com aquele sorrisinho. Corei envergonhada, porque eu sabia que ele fazia idéia das intenções dos meus pensamentos luxuriosos. Parti pra sua calça. Ele deitou-se novamente. Abri os botões, o zíper e tentei em vão fazê-la descer.
-Consegue levantar os quadris? –disse. Ele riu. Estava olhando pra mim.
Leventou-os e eu puxei a calça. Ele estava usando uma boxer. Ai-Meu-Deus! Subi na cama pra puxar as cobertas pra e ele puxou-me pra si.
-Sua vez, Elishh! –rio. –Venha deite-se comigo.
Tirei minha roupa e deitei em seus braços. Ele beijou minha testa e procurou meus lábios dando-me um daqueles beijos selvagens que acenderam todos os meus instintos.
-Durma Elishhh... não vou tentar nada. Vou reshhpeitar sua decisão! –Quê?
Tudo bem, digamos que por causa da sua bebedeira, eu me conformei em dormir ‘apenas’ em seus braços. Ah! Adorei o Antony-bêbado-soltando-o-verbo-e-os-palavrões.

************
Acordo sentindo sua boca atacando meus seios. Ele suga-os com uma voracidade latente que deixou meus bicos intumescidos e duros. Olho pra baixo não consigo vê-lo. Ele está por baixo da coberta. Sinto girá-los entre os dedos. É um misto de dor e excitação, que faz um lugar em especial contrair-se. Ainda com meus seios em suas mãos, ele faz o caminho da vão entre eles até o umbigo com sua língua, alternando com beijinhos. É tão bom. E desce mais, mais. Mais.
-Ora, ora, o que temos aqui?
Merda. Merda. Merda. A tatoo. Ele joga  acoberta de lado e diz:
-Elise o que você fez aqui?
Essa não! Ele não gostou!
-Por que você depilou assim? Fale comigo! Vamos!
Escondi o rosto sob o travesseiro. Ele subiu pra encarar-me e puxou-o do meu rosto.
-Você sempre pediu para eu depilar assim. -falei entre os risos.
A verdade é que sempre fui adepta a uma depilação minimalista, mas certa vez ele pediu-me para fazer uma depilação total. Então resolvi fazer um agrado e aproveitei a ocasião e por sugestão da minha depiladora, fiz uma tatuagem de uma borboletinha, um pouco maior que a unha do polegar, no lado direito superior.
-E essa tatuagem? Foi pra mim?
-Claro que foi! Mas, ela vai sair dentro de alguns dias. –fazendo beicinho.
-Quantos dias eu ainda tenho?
-Hum! Acho que mais três dias.
-Então eu vou olhá-la direitinho.
E desceu lá em baixo.
-Ah! Não volte aqui Antony! –que idéia de jerico essa minha!
-Com vergonha? Se você não queria chamar minha atenção pra cá, ao deveria ter feito essa coisinha linda!
E beijou-me lá. Uma. Duas. Muitas vezes. Então subiu e disse:
-Elise você confia em mim?
-Se não confiasse não teria trazido-o aqui.
-Estou com vontade de fazer uma coisa com você!
-O quê? –meu coração disparou.
-Quero amarrá-la! –disse entre os dentes com os olhos cheios de desejo.
-Você vai fazer-me sentir dor?
-Também! Pro que eu tenho em mente é inevitável. Se você quiser que eu pare é só pedir.
-E se eu não quiser?
-Então eu não vou parar. –disse isso enquanto passava a língua nos lábios e esfregava os quadris nos meus. –Fique aí quietinha que eu já volto.
Quê? Volte aqui!
Enquanto isso ele olhou ao redor a procura de não sei o quê. Alcançou meu robe de seda e tirou-lhe a faixa, em seguida foi ao banheiro e voltou com a faixa do roupão. Pisquei os olhos. Céus! Ele vai amarrar-me mesmo! E lá vem ele. Sobe na cama e monta em mim. Sorri e agarra um travesseiro. Tira-lhe a fronha e gira-o entre os dedos.
-É só procurar o travesseiro certo.
Deixa-o de lado e alcança o outro. Tira-lhe a fronha e encontra alguma coisa. Puxa os dois lados do tecido e um pequeno buraco se faz. Então ele enfia seu dedo longo, sem tirar os olhos de mim. Céus! Imaginar o que esse dedo é capaz de fazer me faz ruborizar.
-E a pena certa! –revela com um sorriso maroto.
-Duas faixas e uma pena?
-Um bom lutador usa as armas que dispõe honey!
E um milhão de pensamentos desconexos sobre o que ele vai fazer com isso desencadeia um turbilhão de sensações tão agradáveis. Arfo o peito e preparo-me para ele. É! Eu definitivamente quero ser amarrada!

domingo, 6 de janeiro de 2013

Capítulo 11



11







        Em Manhattan...

        Quando Antony chegou à empresa checou sua agenda do dia com Joel e verificou que tinha uma reunião com as sócias da COOK & FIELDMAN. Essa seria mais uma fusão, pelo menos se tudo saísse como o planejado, no entanto, antes dessa reunião precisava concentrar-se na revisão de cinco novos contratos, apesar de possuir uma equipe própria pra fazer isso. Antony sempre vistoriava o produto final, o que na maioria das vezes mandava pra reformulação. Ele era assim, gostava de controlar tudo, nada seria aprovado ou assinado sem antes passar por seus olhos minuciosos. O que era um baita de um problemão pra pessoas como Bernard, que estavam esperando só um deslize desse controle todo.

        Por mais que olhasse pra tela do monitor a sua frente, tentando enviar pro cérebro que aquele texto era importante, seu inconsciente teimava em deliciar-se com os momentos vividos naquele sonho. Afinal foi muito relaxante e desde a adolescência que ele não tinha mais esses tipos de sonhos.

        “-Nossa! O que foi aquilo?” – falou alto seu inconsciente. Foi tudo tão real, tai intenso. E o mais incrível é que ao acordar seu cheiro ainda estava ali, impregnado no ar, na pele, assim como o seu gosto doce na boca. “–Elise, Elise, o que você fez comigo?


        Resolveu mandar uma mensagem pro celular dela. Mas que assunto abordar? As frases “Sinto muito!”, “Estou ficando louco sem você!”.”Volte pra mim!” e “Sinto sua falta!” pareciam não fazer nenhum efeito sobre ela. Então precisava de algo que despertasse sua curiosidade.

        “-Pense Hill! Pense!” –Então lembrou-se que não encontrou a camisa do seu pijama em lugar nenhum. Talvez fosse melhor começar por ai já que essa camisa tinha um significado todo especial.

 “Senti falta de uma coisa aqui?”


        Três minutos depois uma resposta!


        “-Nossa! Até que enfim um contato.” –Disse animado.


“Do que será que um pervertido como você sente falta? Vamos ver! Do meu canal vaginal? Se bem me lembro VOCÊ trocou um por dois, gêmeos, plastificados e duvido que não tenham marca registrada! O que na opinião de alguns deve ter sido um bom negócio! Então, poupe-me!”


        “-Quê? Ela ficou puta mesmo com essa história das meninas! Ainda está magoada. Elise precisamos trabalhar mais sua capacidade de compartilhar e esse seu ciúme desmedido.” –Falou alto.


“Segure sua língua! Respondendo as suas acusações: NÃO! Eu não troquei nada por nada! SIM! Eu estou morrendo de saudade do MEU/SEU canal vaginal! Você me faz rir até nessa hora. Mas, eu senti falta da minha camisa do pijama.”

        Toque de mensagem. Seu coração dispara.


“Está comigo sim! Você disse que eu podia ficar com ela ou estava bêbado na ocasião?”


        “-Grrrr...Bêbado?”


“Não estava não. E pelo pouco que conheço VOCÊ sendo uma DORMINHOCA PREGUIÇOSA deve estar com ela ou estou enganado?

        Em seguida manda outra sem esperar resposta.


“Por favor, diga que estou enganado pra não ter que imaginá-la nua por baixo dela, despenteada e com uma cara de quem está doida pra foder...”


        Silêncio. Nada. Ela não responde! Alguém bate a porta trazendo-o a realidade.


        -Entre!


        -Com licença Senhor Hill, as senhoritas COOK & FIELDMAN, estão aqui.


        -Pode mandar entrar!

        -Ok, senhor Hill!



No Brasil...



        Sentei na cama e abracei as pernas, lembrando da última mensagem. Sorri envergonhada da capacidade dele de imaginar minha nudez por baixo da camisa e, sobretudo da minha vontade de sexo matinal. Isso era mais uma coisa que nossos relógios biológicos marcavam pontualmente: nossa disposição pro sexo matinal. Já acordávamos prontos pro ataque. Claro na maioria das vezes ele surpreendia-me sob o lençol, mas eu também dava uns belos sustos nele. Era sempre incrível e nos garantia bom humor e disposição até a próxima vez. Nós nos energizávamos com todo esse furor sexual e a verdade é que estávamos cada vez mais viciados um no corpo do outro. O que me fez pensar m uma coisa: Será que ele só está sentindo falta do sexo? Ou da minha presença junto a ele? Em sua cama... Ao seu lado... Sem o contato sexual...?


        Antony Hill você é um delicioso mistério a ser desvendado, mas a barreira que você impõe é alta demais, pesada demais. Você conseguiu exorcizar todos os meus fantasmas, deixando-me livre pra entregar-me sempre inteira, sem amarras sem preconceitos, sem medo... No entanto, parece que há mais mistério entre esse rosto perfeito e esse interior negro, do que você aparenta mostrar. E isso está acabando conosco. Com um sentimento que surgiu naturalmente e foi se fortificando com os dias e parece que se dissipará também muito rápido se não fizermos nada para proteger. Sinto que estamos nos distanciando um do outro.


        -Oh, por favor, não deixe a gente se perder! –senti um arrepio na coluna. Medo.


        Eu não deixarei isso acontecer. Não mesmo! Vou pra Manhattan. É isso aí! Vou fazer-lhe uma surpresa, mas antes preciso falar com o Mathew, preciso de sua ajuda pra fazer dar certo o plano que estou arquitetando. Liguei meu ipod, Alicia Keys começou a cantar “Girl on fire”, é exatamente assim que me sinto! Preciso conversar com ele pra resolvermos logo essa história. Meu celular tocou e meu coração quase pulou pra fora... Ai meu deus!


        -Oi!

        -Oi gata!


        -Ah! Oi Gilian! –não disfarcei minha decepção.

        -Nossa! Eu sei que não sou o moreno de olhos azuis que você esperava, mas poderia mostrar um pouco mais de entusiasmo ao falar com seu melhor amigo!


        -Blá, blá, blá... –reviro os olhos. –Sermão a essa hora?


        -Estamos indo pra fazenda do meu avô em Goiás. Tá a fim? –ele ri.


        Ah! Gilian, eu adoraria, mas tenho outros planos. –melhor não falar nada pra ele, pois sei que vai fazer de tudo pra impedir-me.


        -Você vai ver sua mãe?


        -Sim, vou sim! Quer ir? –por favor não, por favor não!


        -Não mesmo! Momento família!


        -Pois é, eu também. A gente se fala quando chegarmos.


        -Beijo!


        -Beijinho!


        Ufa!



        Em Manhattan...



        No hotel tive que correr contra o tempo para aprontar-me para a surpresa que estava pensando. Optei por uma calça de couro preta e um body fio-dental no mesmo tom, saltos, meu trench coach e uma peruca ruiva de fios longos e lisos.


        -Meu Deus vou ficar bizarra com essa coisa1


        Depois de pronta e maquiada olhei-me no espelho. Irreconhecível. Se não fosse a peruca estava mais pra Halle Berry em “Mulher gato”. Antony vai enfartar como diz Jasmine!


        -Nossa meu traseiro está enorme nessa calça!


        Quando cheguei a Scape, a fila estava virando a esquina, será que aqui é sempre assim? Liguei pro Mathew que autorizou minha entrada junto aos seguranças, que, aliás, olharam-me com certo interesse e espanto.


        -Mathew ele está em que piso?

        -Segundo andar, senhorita. Reservei uma mesa no terceiro.


        -Ah, obrigada, e Mathew ele não desconfia de nada mesmo?

        -Nada senhorita!


        -Ah, Mathew ele está acompanhado?


        -Está sim senhorita. –ele respondeu com certo mal estar.


        -Entendo. E obrigada por tudo.


        É hora do show!


        Ao entrar deixei meu trench coach na recepção e segui só com minha carteira e é claro aquela roupa bizarra. Tá bom! Sexy para alguns. Cheguei ao segundo andar e corri os olhos, procurando-o. Encontrei Mathew, que piscou duas vezes pra reconhecer-me. Então ele acenou com a cabeça na direção da mesa onde ele estava. Lá se encontravam Bernard, outro cara que não conheço e duas garotas muito bonitas. Segui direto pro terceiro andar e o garçom levou-me até uma mesa que dava todo acesso, ou seja, de onde eu estava dava pra acompanhar todos os movimentos dele. Antony estava um pouco relaxado e bem à vontade, entretido numa boa conversa, mas de vez em quando afrouxava a gravata como se algo o incomodasse. O garçom retornou e eu pedi uma bebida quente, final estava tremendo por dentro e precisava acalmar-me.


        -Você me faz fazer cada coisa, Senhor Hill! –pensei alto.


        Tirei meu celular e os fones de ouvido da carteira e decidi começar mandando umas mensagens. Primeiro vamos testar sua honestidade.


“Onde você está?” Fria e direta.


        O celular dele tremeu e ele o alcançou no bolso do paletó. Leu a mensagem. Engole seco, como se estivesse sido pego de surpresa. Vira a cabeça de lado e começa a digitar.


“Comemorando mais um contrato na Scape. E você”


        Ponto pra você, Senhor Hill!


“Já estive mais longe.”


        A mensagem ambígua não vai deixá-lo desconfiar. Ele olha. Pensa. Pensa, mas não digita nada. É isso o que a distância faz. Deixa-nos sem palavras, sem assunto. Resolvo ajudar.


“Imagino que você deve estar todo de preto. Aliás, você fica um charme assim!”


“E com a barba por fazer...”

        Ele leu e surpreendeu-se! Bobo! Não desconfiou de nada ainda, apenas riu. Continuo.


“Justin Timberlake não deveria estar tocando aí é perigoso demais pra você!”

        Pronto. Ele está em alerta. Corre os olhos pelo segundo andar. Levanta-se. Está com a boca aberta e ofegante. Quase posso sentir sua respiração. Ele pegou o celular e digitou alguma coisa. O meu tocou.


        -Oi!


        -Onde você está?


        -Já estive mais longe!


        -Não gosto desse jogo!


        -Por quê? Porque você é o alvo?


        -Pare com isso! Não acredito que você está aqui!


        -E não estou! –dou uma risadinha.


        -Eu vou pegar você!


        -Não vai não. Ah. Senhor Hill volte pra sua mesa. Não é nada elegante deixar duas belas mulheres de lado!


        -Elegante, o cacete! Elas já tem uma a outra. Onde –você –está?  
Ah!


        -Não consegue sentir meu perfume? Eu consigo sentir o seu.


        -Elise você merece umas boas palmadas.


        -Nem pensar Senhor Hill!


        -Vamos ver!


        Ele está olhando pro terceiro andar, viro-me rapidamente e olho pro bar, quando olho novamente nossos olhas se cruzam, mas ele não me reconhece! Isso é muito legal. Antony não é bobo. E eu não estou subestimando sua capacidade de raciocínio. Ele logo desconfiará que eu só posso estar no terceiro, já que não tem pista. Ele está caminhando pro elevador. Céus! E está vindo. Agora estou ouvindo só sua respiração. Droga a música daqui é diferente.


        -Senhorita! Creio que você está acima de mim. O que me faz lembrar, que você sempre gosta de ficar por cima! E você sabe do que estou falando.


        Uau! Quer algo mais erótico que isso? Ouvir do seu homem que ele sabe do que você gosta.


        -Sim Senhor Hill! Adoro ficar em cima de você, mas gosto mais quando você me fode sob mim.


        -Isso lá é coisa de se dizer a um homem que está em abstinência Elise-sexual há sete dias.


        -Faz-me rir Antony!



        O elevador abriu-se e ele apareceu gato, gostoso, perversamente delicioso. Uma verdadeira máquina sexual. Impiedosa, cujo alvo principal e fazer-me gozar onde quer que ele imagine, porque não importa o meio, ele estando lá pra comandar meu corpo sedento e tudo mais com sua voz autoritária e sexy.


        Ele anda por entre as mesas e cumprimenta alguns. Encaminha-se em minha direção. Eu escondi o fio do fone entre os cabelos compridos da peruca e estou olhando pro segundo piso, mas de vez em quando arrisco uma olhada. Ele passa, olha as minhas costas, mas não me reconhece. Rio alto.


        -Está rindo de mim, senhorita?


        -Sempre! Antony você tem uma bunda espetacular.


        Ele para. Dá meia volta e olha para as mesas que ficaram para trás, inclusive pra minha. Saio da mesa e encaminho-me pro bar. Dando-lhe uma visão privilegiada do meu traseiro enorme nessa calça e do meu rebolado que ele tanto fala que gosta.


        -Ora, ora, o que temos aqui? –Rio. Ele reconheceu.


        Desligo o celular, retiro os fones e guardo tudo na carteira. Encosto no balcão e peço a conta. Não é preciso dizer que ele está bem atrás de mim, seu cheiro e seu magnetismo já entrou no meu campo energético. Ponho a mão na bancada e ele coloca a sua ao lado da minha. Reconheço imediatamente, principalmente os dedos. Oh! Esses dedos!


        -Vire-se!


        Tudo bem, eu sei que ele disse “Vire-se!”, mas meu corpo entendeu “Goze!”. Ele usou o mesmo tom imperativo, o que era um bálsamo pro meu corpo carente de seu toque. É incrível o que esse homem é capaz de fazer com uma simples frase.


        Virei-me lentamente porque meu cérebro mandou três mensagens pra minhas pernas moverem-se e elas simplesmente não obedeciam. Sorrio. Ele sorri de volta e seus olhos percorrem todo o meu corpo desmedidamente e quando eles alcançam lá... Movo as coxas intencionalmente provocando-o e dou um suspiro alto. Ele abre a boca num o, enquanto observo as reações do seu rosto. Aproxima-se e coloca a outra mão no balcão prendendo-me e quando seus lábios quase tocam os meus, viro-me e fico de costas pra ele. Senti a peruca passar em seu nariz. Entrego meu cartão de crédito e agradeço.


        -Ah! Essa bunda! O que eu vou fazer com ela? –ele fala junto ao meu ouvido e sinto sua ereção pressionando minha bunda. –Diga-me Elise, o que eu faço com você?


        -Tenho certeza que o Senhor vai pensar em algo deliciosamente pervertido, como tudo o que faz por mim! –viro e encaro-o.

        -Já comeu? –reviro os olhos! Isso lá é hora de falar em comida... –Pela sua reação, isso deve ser um não! Então vamos comer, porque preciso de você bem alimentada.


        -Por quê? –rio.

        -Pra não desmaiar em cima de mim ou sob mim. Ainda não decidi o que vem primeiro.


        Ah!


        Pegou minha mão direita com a sua direita e encaminhou-me para o elevador.


        Vá à frente! Não quero homem nenhum se deliciando com o que é meu!


        Ao chegar próximo ao elevador havia outras pessoas querendo descer, mas quando o segurança avistou-o pediu para que elas esperassem. O elevador era enorme, mas nós estávamos sozinhos! Que conspiração! Quando as portas se fecharam, Antony tocou em uma tela sensível e ela abriu-se exibindo um teclado numérico. Ele digitou um código e o elevador parou. Meu coração disparou. Não acredito que vai ser aqui no elevador. Entrei em pânico procurando por câmeras.


        -Relaxe! Aqui não tem câmeras.


        -Como não tem?


        -Eu as desativei agora! –com certeza ele já fez isso antes. Com quem?


        -Ah!


        Ele passou pela minha frente avaliando-me com o os braços cruzados e o indicador no queixo. Fiquei imóvel observando-o. Aquilo era muito erótico e eu estava ofegante. Ele posicionou-se por trás de mim. Suas mãos percorreram meus quadris e não sei em que momento, mas elas estavam apalpando meu traseiro.


        -Não acredito que está sem calcinha! Tsi, tsi, tsi! Você se comportou muito mal! –Meu coração disparou novamente, acho que quem vai enfartar sou eu, se meu coração continuar nesse ritmo.

        De repente sua mão esquerda toca meu sexo sobre a calça e massageia. Uau! Seu toque é entorpecedor! Céus! Eu o quero dentro de mim insanamente. Estou simplesmente viciada em seu corpo. Tenho que encontrar uma forma de resistir a tudo isso, mas como? Isso é tão bom! Ele já me conhece. Sabe como eu gosto. A intensidade certa, os lugares certos. Agora põe a mão um pouco mais pra baixo e pede pra eu apertar a sua mão com as coxas. Obedeço e ele toca-me profundamente. Gemo!


        -Muito bom Elise! Você é muito sensível!


        Repete a ação mais uma vez e meu corpo começa a responder a seu toque imediatamente com contrações e turbilhão de emoções. Repete e diz:


        -Não grite alto! Incline-se e coloque as duas mãos na porta do elevador.


        Obedeço. Então ele repete mais uma vez o toque em meu sexo com sua mão esquerda enquanto a direita golpeia-me concomitantemente na bunda.


        -Ai! Quê?


        -Shhhh. Uma.


        E continuou massageando, tapeando e contando... duas, três, quatro, cinco, seis... lembrei do lance da respiração e a questão da dor estava controlada. Esse homem sabia o que fazia: enganava meu cérebro massageando um local sensível para que eu me concentrasse no toque e esquecesse das palmadas... Ah! Gemo alto!... sete.


        -Sete dias que você me deixou aqui longe de você. E oito!


        Mais uma vez.


        -Por estar usando essa roupa.


        E para.


        Não cheguei a gozar, mas a intensidade do momento e a sensação de ter sido castigada provocaram um misto de inquietude e confusão em mim. O que ele pretendia? Por que não me sinto mal após ter apanhado desse jeito? Isso parece ser um jogo muito perigoso. Por que meu corpo ansiava por mais daquilo? Era como se eu merecesse, por ter sido tão impulsiva. Pelo menos era isso que meu inconsciente falava. Afinal, ele tinha ido atrás de mim e dormido no sofá. Não! Balanço a cabeça! Ele te largou sozinha e apareceu com duas mulheres. Olho pra ele que agora está ao meu lado segurando minha mão e botando o elevador pra mover-se. Isso não é justo. Enquanto eu estou toda gelatina, ele está imóvel, impassível com aquele sorrisinho confiante nos lábios. Ah! Senhor Hill, mas isso não vai ficar assim, não vai mesmo!